O 66° presidente da história do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte toma posse nesta quinta-feira, 5 de janeiro, com a experiência de 32 anos de magistratura, iniciada na região Oeste potiguar, onde foi juiz das comarcas de Almino Afonso, Patu, Pau dos Ferros, Caraúbas e Mossoró. Aos 56 anos, o mossoroense Amílcar Maia chega ao ápice da carreira profissional no Poder Judiciário norte-rio-grandense com um lema bem claro na mente: nunca esquecer os princípios norteadores de sua formação, no exercício do trabalho, e ser o mais justo possível. A posse dos novos dirigentes do TJRN acontece às 17h, no auditório da sede do Tribunal, bairro de Nossa Senhora de Nazaré, Zona Oeste de Natal.
Atender bem ao cidadão é uma de suas prioridades. “Que as pessoas se sintam mais recepcionadas pelo Judiciário, sendo bem atendidas conforme suas necessidades”, resume o novo dirigente do TJRN. Em entrevista para os programas de TV do Tribunal, o desembargador adianta que vai continuar as boas práticas desenvolvidas por outras gestões e ressaltou sua felicidade e também preocupação com a missão. “Vamos observar, ver que setores têm mais deficiências e com isso, trabalhar para que nosso serviço seja o melhor possível para a população, o cidadão”, ressalta Amílcar Maia. A entrevista, concedida à jornalista Andreia Ramos, irá ao ar nos programas de TV do Tribunal de Justiça, em 11 emissoras do estado, a partir da segunda-feira, 9 de janeiro., até o domingo (15/1).
Entre as boas práticas estão as secretarias unificadas, iniciativa que tem racionalizado a atuação das unidades judiciárias. “O Judiciário tem evoluído bastante com esta sistemática, só para citar um exemplo, por isso iremos ter olhar atento para as melhores práticas e estreitar o relacionamento entre setores e unidades da Justiça estadual”, reforça. “Pretendemos continuar esse trabalho”. Outra iniciativa vista pelo integrante da Corte de forma positiva é o reforço ao assessoramento dos juízes nas unidades judiciárias. “Devido à atenção às comarcas que apresentam mais deficiência, houve uma melhoria na assessoria aos juízes, o que melhorou muito a produtividade”, observa.
Formação, experiência e evolução
Amílcar Maia estudou no Colégio Diocesano Santa Luzia, em Mossoró, onde completou o ensino fundamental. De lá, veio para Natal, concluiu o ensino médio e graduou-se em Direito pela UFRN. Enquanto estudava para o concurso da magistratura, trabalhou na Justiça Eleitoral. Entre 2012 e 2013, presidiu o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RN). Seu maior modelo de profissional na área jurídica é o pai, desembargador aposentado Deusdetit Maia. “Me orientou, é o exemplo a ser seguido”.
O novo dirigente do Poder Judiciário potiguar ressalta que alguém só se torna um bom juiz com o passar do tempo. “Tem a ver com a questão da experiência, fazer avaliação do que é certo ou errado é muito difícil”, afirma com a vivência de quem há mais de três décadas atua na magistratura. “A gente aprende com erros e dificuldades”, resume. “A profissão de juiz exige muita renúncia, na família, na proximidade de seus filhos mas quem a tem como sonho, ideal, não desista”, encoraja o magistrado.
Observador e testemunha da evolução da estrutura disponível no poder responsável pelos julgamentos, o magistrado de segundo grau recorda momentos quase inimagináveis para quem conhece apenas os benefícios da tecnologia atual. Em sua trajetória, ele guarda na lembrança as dificuldades enfrentadas e assiste a evolução da estrutura disponível na Justiça, atualmente. Nos seus tempos de juiz eleitoral em Almino Afonso, aguardava em um posto de serviço da companhia telefônica para fazer uma ligação para Natal. Em dia de eleição, “alguém chamava a gente para atender uma ligação, esperávamos 40 minutos, 1 hora, perdíamos a manhã toda, esperando a vez”, conta o desembargador. “Hoje, a realidade é outra. A informática deixou de ser acessório para ser essencial, realidade completamente diferente de quando entrei na magistratura”.