Com índices de popularidade dos mais baixos nos três mandatos que já exerceu como presidente, Lula está tentando melhorar a imagem com medidas que reduzam o custo dos alimentos, um dos calos do seu governo.
Para baixar o preço de itens como carne e café, o presidente quer a adesão dos Estados para que zerem o ICMS sobre a cesta básica. Por motivos diversos, a proposta de Lula vem sendo acolhida em alguns Estados. Não pelo Rio Grande do Norte, ao menos até agora.
Unidades como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Piauí zeraram seus impostos, até se antecipando a uma das regras da reforma tributária que entrará em vigor nos próximos anos.
Claro que essa medida vira moeda política. Os governadores alinhados com o Planalto dizem estar contribuindo com o esforço da gestão Lula. Os governadores de oposição, por outro lado, ressaltam a medida como fruto da própria organização de suas administrações e ainda criticam a postura do presidente.
No Rio Grande do Norte, por enquanto, o governo Fátima Bezerra (PT) faz cara de paisagem sobre o assunto. Finge que não é com ele.
E tem motivos para isso. Um deles é o iminente aumento da alíquota do próprio ICMS, que vai passar de 18% para 20% a partir do próximo dia 20. Poderia soar contraditório aos ouvidos dos potiguares dar uma redução, ainda que parcial e restrita a alguns produtos, se por outro lado o imposto seria elevado e atingiria os demais setores da economia.
O governo também perderia receita, na hora em que abrisse mão da arrecadação, mesmo que apenas uma parte.