Assassinatos, atentados e agressões. Não, não estamos nas páginas policiais. Estamos falando de campanha eleitoral mesmo.
Com o acirramento das disputas políticas e da busca pelos votos, atos violentos estão surgindo por todo o país, nos últimos dias.
Em alguns casos, de forma extrema. E o Rio Grande do Norte, infelizmente, figura nesse mapa da violência, como prova o assassinato do então prefeito de João Dias (e candidato à reeleição), Marcelo Oliveira, junto com seu pai, há exatamente de um mês.
Esse quadro de insegurança levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a aprovar no início da semana o envio de tropas federais para realizar a segurança de locais de votação no primeiro turno da eleição, no próximo dia 6 de outubro. Além do Rio Grande do Norte, outros 11 Estados já estão certos de receber as forças federais. O propósito é conferir mais tranquilidade ao pleito.
Além do caso grave de João Dias, outros municípios potiguares requisitaram a participação dos militares que serão enviados pelo TSE. Dentre eles, está São Gonçalo do Amarante, que registrou um atentado a tiros contra um candidato a vereador, no início deste mês.
Longe daqui, São Paulo está abrigando (e repercutindo nacionalmente) uma das campanhas mais lamentáveis dos últimos anos, em termos de agressividade e desrespeito entre os candidatos.
As agressões partem geralmente do ex-coach Pablo Marçal (PRTB), já lhe renderam a cadeirada desferida por José Luiz Datena (PSDB) e, nesta semana, produziram uma cena ainda mais grotesca, com um assessor seu desferindo um soco no marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Péssimos exemplos que a maior e mais rica cidade do Brasil dá ao resto do país.
Tanto que inspiraram a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, a dar uma dura reprimenda nos candidatos belicosos, na sessão em que o Tribunal aprovou o envio das tropas federais.
De maneira muito enfática, a ministra lembrou coisas como: “Política não é violência, é a superação da violência. Violência praticada no ambiente da política desrespeita não apenas o agredido; ofende toda a sociedade e a democracia”.
Ela também exigiu que candidatos e assessores “se deem ao respeito”. E, dirigindo-se aos líderes políticos e partidários para controlarem seus filiados, foi ainda mais dura e direta: “Tomem tenência”!
Que o recado da ministra Cármen Lúcia seja não apenas ouvido, mas obedecido pelos políticos e candidatos. Em todo o Brasil e, claro, também no RN.