O secretário estadual de Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, revelou no último fim de semana um quadro financeiro assustador.
Assustador primeiro para o próprio Governo do Estado, mas em seguida para os servidores e, de resto, para todos os potiguares.
O drama maior está na folha de pagamento, que cresceu quase 20% nos primeiros seis meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
De R$ 4,7 bilhões destinados à folha no primeiro semestre de 2022, a despesa com pessoal pulou para R$ 5,6 bilhões entre janeiro e junho deste ano. Numa conta rápida, o pagamento de salários dos servidores consumiu quase R$ 1 bilhão a mais entre um recorte e outro semelhante.
Não é nada, não é nada, dá para ter um parâmetro a este número: R$ 1 bilhão é o montante que a governadora Fátima Bezerra prometeu, ainda na campanha da sua reeleição, aplicar em investimentos, seguindo o mote de que o “melhor vai começar”.
Está difícil começar agora.
Ainda mais quando se coloca frente a frente o crescimento da folha e o das receitas, ou seja, do dinheiro que entra no caixa do Estado. As receitas até cresceram, mas na proporção de 2,5%. Quase 10 vezes menos que o ritmo dos gastos com pessoal.
O próprio Cadu Xavier não dourou a pílula: “Não há como manter as contas equilibradas com este quadro”.
Ele tem razão, mas isso cria um problema de ordem também política para o Governo. Porque há categorias de diversas áreas do funcionalismo reivindicando reajustes salariais e aplicações de direitos que acarretam em mais gastos.
Será difícil atender a esse público sem comprometer ainda mais o equilíbrio financeiro. Assim como será bem difícil convencer os servidores a abrirem mão de melhorias, numa situação em que grande parte deles não recebe aumento há muito tempo.
O Governo vai ter que anunciar logo, logo como vai resolver este dilema.