Ao presidir sua última sessão como integrante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por videoconferência, a ministra Rosa Weber fez um discurso de despedida da Corte nesta quinta-feira (21). Em sua fala, a ministra citou a “honra inexcedível” que foi compartilhar os desafios durante os oito anos em que compôs o Tribunal. Ela agradeceu ao quadro funcional de excelência que compõe a Justiça Eleitoral como um todo, espraiada nos 27 Tribunais Regionais Eleitorais, bem como aos servidores e colaboradores do TSE, mais especificamente à equipe de seu Gabinete que, segundo suas palavras, esteve ao seu lado durante a gestão com comprometimento, lealdade e competência.
“Sem eles, nada teria sido possível fazer. Fizemos o nosso melhor em um trabalho coletivo e visando a bem servir a Justiça Eleitoral e a sociedade brasileira, sempre tendo como norte o fortalecimento da democracia no Brasil”, disse a presidente, ao destacar que sairá do cargo feliz com a consciência do dever cumprido, além da certeza de que o TSE não poderia ficar em melhores mãos, citando os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, que tomarão posse nos cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. A ministra Rosa Weber completa seu segundo biênio no TSE na próxima segunda-feira (25), data em que serão empossados os novos gestores.
“Esse compartilhar e esse convívio tem sido motivo de indizível alegria para mim, mas, sobretudo, de aprendizado. De sorte que só tenho a agradecer”, disse a ministra.
Homenagens
Antes do discurso de despedida, o ministro Edson Fachin fez questão de destacar qualidades da ministra relacionadas ao significado de “resistência e de não ceder à desesperança”, mesmo enfrentando diversos desafios, entre eles, a campanha das Eleições de 2018. “Nesses dias correntes cheios de espinhos, quiçá seja bom lembrar que, na Justiça Eleitoral, havia uma rosa no caminho”, destacou.
A trajetória da ministra à frente do Colegiado também foi elogiada pelo advogado Carlos Caputo, que participou da sessão para realizar a sustentação oral de um dos processos julgados pelo Plenário. Segundo ele, a história mostrará as relevantes contribuições deixadas pela magistrada ao longo de sua gestão. “Ainda que à distância, gostaria de saudá-la pela contribuição de Vossa Excelência para a celeridade do processo, para a claridade para que o eleitor percebesse as decisões da Justiça Eleitoral, trazendo com isso uma noção mais próxima de cidadania ao nosso povo. Muito obrigado, em nome de toda a advocacia brasileira”, disse o advogado.
Trajetória na magistratura
Rosa Weber é ministra efetiva do TSE desde 24 de maio de 2016 e, antes, integrou a Corte como ministra substituta desde junho de 2012. Tomou posse na Presidência em agosto de 2018 e comandou o processo eleitoral das últimas Eleições Gerais.
Natural de Porto Alegre (RS), Rosa Weber graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1971. Foi juíza do Trabalho de 1981 a 1991. Integrou o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) de 1991 a 2006, Corte que presidiu no biênio 2001/2003.
Ainda como desembargadora, foi convocada para atuar no Tribunal Superior do Trabalho (TST), de 2004 a 2006, quando então foi nomeada ministra daquela Corte, onde atuou de fevereiro de 2006 a 2011. Em seguida, foi nomeada ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), sendo empossada em 19 de dezembro de 2011.
Composição do TSE