O PL filiou quatro deputados estaduais na última sexta-feira (29).
Com o ato, e em um só movimento, a sigla passou a deter a maior bancada partidária na Assembleia Legislativa, com seis parlamentares na Casa. Não está sozinha, porém. Empata no quesito com o PSDB, partido que ajudou a desidratar, tirando-lhe os quatro deputados.
O evento que marcou o ingresso dos deputados José Dias, Tomba Farias, Gustavo Carvalho e Kerginaldo Jácome no Partido Liberal não ficou limitado a celebrar a força partidária da sigla. Mandou também seus recados. Palavras cujos efeitos pretendidos chegam a 2026.
No simbolismo das filiações, todas de deputados da oposição à governadora Fátima Bezerra (PT), e sobretudo nos discursos proferidos na sexta, a mensagem era clara: enaltecer a figura do senador Rogério Marinho.
Mais que marcar as novas filiações, portanto, o ato do PL acabou virando um ensaio de palanque para o presidente estadual do partido. Mais ou menos como se dissessem: “Rogério Marinho está na área e vai tentar se eleger governador, daqui a um ano e meio”.
Um dos novos deputados dos liberais, Tomba Farias não fez poucas palavras do que se buscava transmitir. Ele definiu o evento como “o pontapé inicial” para o projeto de 2026 e ao próprio Rogério como “preparadíssimo” para representar o grupo.
Outro neo-liderado do senador do PL, José Dias também não se fez de rogado ao abordar o assunto. Afirmou que, mesmo estando em seu último mandato na Assembleia Leiglativa e decidido não ser mais candidato, optou por seguir Rogério em nome do projeto político que o ex-ministro de Bolsonaro representa.
Segundo José Dias, Rogério Marinho é um político que presta serviços não apenas ao Estado, mas a todo o país e que, nesse contexto, seria um “verdadeiro absurdo e contradição esquecer um nome que o Brasil considera para missões até mais importantes”.
Gustavo Carvalho, por sua vez, arrematou que o PL “tem um baixinho competente, trabalhador e o RN está esperando por ele”.
Em sua hora de falar, claro, Rogério saudou a chegada dos novos correligionários e elogiou a cada um deles. No entanto, evitou mencionar de forma explícita o lançamento informal da sua pré-candidatura a governador. Preferiu exaltar a força do seu partido em todo o Brasil e os “desafios” que virão, sem entrar em detalhes.
Reconhecido até por adversários por ser um político inteligente e estrategista, Rogério Marinho sabe que ainda há um tempo enorme até 2026. Que há ainda muita coisa para acontecer e que nem todo o cenário depende só dele ou do PL.
Adota, por enquanto, a postura “deixa a vida me levar”, cantada por Zeca Pagodinho.
O evento do PL, de toda maneira, deixa dois recados aos potiguares. Um deles é de que, sim, Rogério Marinho já “está na área” e mirando para 2026.
O outro é de que está completamente enganado quem acha que ainda é cedo falar de 2026. Quem faz parte desse grupo é porque não acompanha política ou não conhece quem a faz.