O PSDB, quando fundado no Brasil, ganhou a fama (justificada, diga-se) de ser uma legenda pouco incisiva em suas posições e de ficar em cima do muro nos debates políticos.
O presidente da sigla no Estado, o também presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, dá a impressão de estar incorporando esse figurino.
Principalmente, porque não vê problemas em o partido ser rachado em relação ao posicionamento sobre o Governo Fátima Bezerra. Na própria Assembleia que ele preside, o PSDB é metade governista e metade oposição. E assim vem convivendo nos últimos anos.
Agora, o líder dos tucanos confirma sua orientação sobre a eleição em Natal. Uma orientação contrária aos interesses do PT na capital, onde o partido da governadora Fátima Bezerra terá a candidatura da deputada federal Natália Bonavides.
Ezequiel declarou estar a favor do deputado federal e pré-candidato à Prefeitura, Paulinho Freire (União), a quem rasgou elogios, em um evento político, na semana passada. O presidente da ALRN estendeu a exaltação pública à gestão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e disse que era sinal de inteligência do atual ocupante do Felipe Camarão o apoio a Paulinho. Nas palavras do líder tucano, Álvaro escolheu o pré-candidato do União Brasil por enxergar nele credenciais para dar continuidade à sua administração na Prefeitura.
Todos esses acontecimentos evidenciam que o presidente da Assembleia incorpora as contradições habituais da política. E aí se afasta da suposta fama de neutralidade contraída no passado pelos tucanos.
Ezequiel não tem nada de neutro. Ele apenas dá seus passos orientados por seus interesses, mirando principalmente para 2026. Mesmo que uma hora esteja ao lado do governo e na outra piscando para a oposição.