O deputado federal Fernando Mineiro (PT) se envolveu na sexta-feira passada (15) em uma confusão com um militante do MBL, enquanto recepcionava a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, no aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
Um grupo do movimento direitista abordou a deputada catarinense de maneira deliberadamente provocativa e Mineiro acabou perdendo a paciência, dando um tapa no celular de um dos membros do MBL e entrando em luta corporal com ele. Os dois chegaram a se enroscar no chão.
O episódio poderia ter parado por aí, e entrado apenas para um caso lamentável de excessos de parte a parte, mas acabou por gerar desdobramentos. O principal deles será a abertura de uma representação contra Mineiro no Comitê de Ética da Câmara dos Deputados. A ação será movida pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), aliás, principal liderança do MBL.
Não deve ter muitas consequências práticas, é verdade. Mas acaba rendendo alguma dor de cabeça ao deputado petista.
A propósito, o influenciador local do MBL que organizou a filmagem contra Gleisi Hoffmann também registrou um boletim de ocorrência contra Fernando Mineiro, acusando-o de agressão.
Pré-candidato a vereador este ano aqui em Natal, o influenciador do MBL não deve estar achando necessariamente ruim toda essa repercussão. Afinal, seu nome se tornou mais conhecido do grande público com o episódio. Ele tem 350 mil seguidores no instagram e 180 mil pessoas inscritas em seu canal no YouTube.
Mas há reação contra ele também. A própria Gleisi Hoffman anunciou que vai pedir investigação da Polícia Federal pelo ato dele, além de tomar medidas judiciais para buscar puni-lo. Segundo ela, o membro do MBL já responde a inquéritos policiais e ações do Ministério Público por vários crimes cometidos nas redes sociais e por agredir outras pessoas.
Fernando Mineiro se posicionou sobre o assunto pelas redes sociais, afirmando que o episódio de sexta não foi o primeiro em que um integrante do MBL “invade espaços políticos e agride petistas, principalmente mulheres”. Disse também que não se pode “tolerar a repetição organizada desse tipo de agressão gratuita e criminosa”. Mineiro também confirmou que vai acionar o integrante do MBL na Justiça.