Todos sabem que a urna eletrônica é sinônimo de segurança e de transparência durante o processo eleitoral, mas essa tecnologia – implementada a partir das eleições municipais de 1996 – também permite que a população brasileira conheça no mesmo dia da votação as candidatas e os candidatos eleitos. Ou seja, a totalização dos votos, que antes demorava mais de uma semana quando a votação ocorria por meio de cédulas de papel, atualmente leva poucas horas para acontecer.
Segundo o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Júlio Valente, essa rapidez se deve ao fato de que a própria urna eletrônica já fornece o resultado da zona eleitoral em que operou. “Antes, o que tornava o processo lento era a contagem manual, em que era necessário abrir cédula por cédula de papel, verificar em quem o eleitor votou, preencher os mapas de apuração, digitar tudo no computador e mandar o resultado ao TSE. Isso tornava o processo lento”, explica.
Soma automática
Com a implementação do sistema eletrônico, no momento em que a votação é encerrada, a própria urna já soma todos os votos automaticamente, permitindo que o resultado seja divulgado no mesmo dia. No encerramento da votação, cada equipamento imprime o Boletim de Urna (BU), com os votos digitados na urna, além de outras informações. “Isso é uma grande vitória, se compararmos com eleições anteriores, em que se levava uma semana ou mais para termos o resultado”, esclarece Valente.
Valente assinala que a celeridade na apuração ainda tem outra vantagem importante. “A antiga demora para se conhecer o resultado das eleições gerava uma circunstância que chamamos de vácuo decisório, ou vácuo político”, diz.
Centralização
Até 2018, os tribunais regionais eleitorais eram responsáveis pela totalização dos votos. No entanto, nas Eleições de 2020, essa totalização foi centralizada no TSE, com o objetivo de garantir ainda mais segurança e economia ao processo. Júlio Valente explica, ainda, que um único equipamento localizado no TSE é mais potente do que a soma dos equipamentos individuais de todos os TREs.
“A centralização da totalização foi um projeto realizado para aumentar a segurança do processo eleitoral contra possíveis ataques e diminuir os custos, sendo uma solução mais econômica, mais inteligente e mais segura”, destaca o secretário.
Ele salienta, porém, que essa mudança não retirou dos juízes, das juntas eleitorais e dos TREs as atribuições conferidas pelo Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965) para que estes façam a apuração dos pleitos federais e estaduais. Júlio Valente lembra que a totalização do votos é apenas a consolidação dos dados já apurados nessas instâncias competentes.