A Escola da Magistratura iniciou ontem (22) e prossegue nesta sexta-feira (23), o curso de Formação de Preceptores para o Programa de Residência Judicial (Módulo I), destinado a formação e aperfeiçoamento de magistrados.
Nesse ambiente, o Programa de Formação de Preceptores tem como finalidade oferecer balizas e instrumentos que tornem os magistrados capazes de identificar problemas, dirimir conflitos, buscar soluções e delegar funções, possibilitando a aproximação dos alunos à realidade da prática profissional por intermédio da ação cotidiana e trazendo uma reflexão na perspectiva problematizadora do processo de construção do conhecimento.
Tendo em conta que o preceptor é o magistrado selecionado para acompanhar o Residente durante a etapa dos Módulos R2 e R3 do Programa de Residência Judicial, é preciso prepará-lo para auxiliar o aluno nas questões formativas sem esquecer a empatia e a sensibilidade, atuando como um sujeito provocador e problematizador, a fim de que o aluno não se limite a ser um mero repetidor de atos.
O primeiro dia de curso foi ministrado pela doutora Sara Andrade, professora do Programa de Residência Judicial e chefe de divisão pedagógica da Esmarn, que abordou aspectos voltados para o gerenciamento das rotinas que envolvem a Prática Jurisdicional
Tutelada, bem como o uso dos métodos de intervenção e avaliação no processo de desenvolvimento do Residente.
Sara explica que o curso busca estabelecer alguns parâmetros entre o preceptor e o residente, que além de uma relação de aprendizagem que se estabelece nessa experiência prática é também uma relação de referência “O residente aprende várias formas de competência, saber fazer, saber aprender e saber ser. Então ele desenvolve competências profissionais, competências técnicas e competências éticas e geralmente ele coloca na figura do preceptor uma referência de exemplo.” Conclui.
Para o juiz João Eduardo, do 4º juizado especial da Fazenda Pública de Natal, a participação no curso é um momento muito importante para captar a essência e as particularidades do Programa “A residência é um programa inédito que já foi copiado por outras instituições e tem um objetivo tão essencial de motivar as pessoas para o exercício da magistratura. Entender como deve ser a prática da preceptoria, do acolhimento do residente e, assim, fixar a ideia de que o programa é essencial para o Judiciário”.
O magistrado Valter Júnior, titular dos Juizados Especiais e da fazenda pública de Parnamirim, que já passou pela experiência de preceptoria, explica que é preciso estar atento a perspectiva de que o residente vem com objetivo de obter conhecimentos na esfera prática, já que o conhecimento teórico ele vem desempenhando no módulo anterior “A vivência prática que nós acumulamos como magistrados ao longo dos anos, na lida com os processos, na labuta com as demandas que nos são apresentadas, traz um diferencial. E é nessa parte que podemos enriquecer e abastecer com elementos fundamentais a experiência do residente”.
Walter ressalta a relevância do olhar empático do preceptor com relação ao seu residente. “Ele vem sem as experiências do trabalho do magistrado e precisa ter um suporte a esse respeito, que cabe ao preceptor fornecer.” conclui.
Fontes: Portal do Judiciário, Esmarn