Muitas vezes, as dificuldades que se apresentam em nossas vidas nos jogam na lona do desespero e do desânimo, fazendo-nos sentir o sabor acrimonioso da frustração.
No entanto, se olharmos para os lados, veremos que todos, com maior ou menor intensidade, passam por verdadeiras provações que valorizam cada conquista, que tonalizam cada esforço e coroam aqueles que conseguem superar.
Há, ainda, histórias que inspiram como a do pequeno Harland, que perdeu o pai aos 5 anos de idade e teve que cuidar e cozinhar sozinho para os seus 2 irmãos menores enquanto sua mãe, que assumira a tarefa do marido, trabalhava na fazenda em que era contratada.
Aos 10 anos, começou a trabalhar com sua mãe e, quando tinha 13 anos, ela se casou de novo, fato este que culminou com a saída de Harland de casa por causa do péssimo relacionamento com seu padrasto.
Neste mesmo ano, Harland largou a escola e foi trabalhar com o que aparecesse. Pintou carroças, foi ajudante de uma fazenda, motorista de transporte público e funcionário de várias companhias de trens durante anos, sendo demitido de muitos destes empregos.
Conheceu Josephine, com quem se casou e teve três filhos, um menino e duas meninas, sendo que o seu filho mais velho morreu em tenra idade. Logo depois dessa tragédia, a esposa o abandonou e foi morar com suas 2 filhas em outro Estado.
Porém, Harland não desanimou. Fez o curso de Direito por correspondência e, quando tudo parecia ir bem, desentendeu-se com um cliente dentro do Tribunal, agredindo-o, o que fez perder sua licença.
Sem alternativa, voltou às companhias ferroviárias, vendeu seguros da Prudential, de onde foi demitido por insubordinação, fazendo com que mudasse de área, tendo ido trabalhar na fábrica de pneus Michelin, ficando neste emprego até o seu fechamento, em 1924.
Mais uma vez demitido, Harland se agarrou a uma oportunidade oferecida por um executivo da Standart Oil e abriu um posto de gasolina, tendo sucesso até o posto fechar por causa da Grande Depressão, de 1929.
Aos 40 anos, Harland conseguiu uma oportunidade da Shell para gerenciar outro posto de gasolina, no Kentucky, passando a operar um pequeno restaurante e um hotel, que lhe propiciaram a fazer o que gostava, que era de cozinhar, tendo aperfeiçoado os pratos até finalizar sua famosa fórmula de frango frito, em julho de 1940, o que o fez receber uma das maiores recomendações possíveis para restaurante na América.
Aos 50 anos de idade, Harland Sanders viu sua sorte mudar de novo. Os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial e o racionamento o fez fechar seu negócio, passando a ser supervisor de uma cafeteira em Seattle.
Mas, o Coronel Sanders não se deu por vencido. Começou a oferecer sua fórmula secreta de frango frito, tendo sido rejeitado por 1009 empresários até que, em 1952, aos 62 anos, franqueou sua receita pela primeira vez, começando uma das maiores franquias mundiais da atualidade, a KFC (Kentucky Fried Chicken).
Histórias como esta inspiram até mesmo os mais pessimistas, pois traz em si um grande ensinamento: o fracasso nasce no momento em que paramos de tentar.
Ou seja, não existe tarde demais. Enquanto persistirmos neste grande jogo da vida, lutando as batalhas do dia-a-dia, há inúmeras possibilidades para vencermos e superarmos as agruras terrenas.
Assim, o velho Raul Seixas parecia que conhecia a saga do Coronel Sanders ao cantar: veja! / Não diga que a canção / Está perdida / Tenha fé em Deus / Tenha fé na vida /Tente outra vez!