Não é só o Rio Grande do Norte que está sofrendo com a suspensão de voos comerciais. Os cortes em linhas aéreas estão acontecendo também em outros Estados do Nordeste, como Ceará, Pernambuco, Maranhão e Piauí.
No caso do RN, Natal vai perder a partir de março suas ligações com Fernando de Noronha, por decisão da Azul, e o voo direto com o Rio de Janeiro que vem sendo operado pela Latam. Mossoró ficará sem a conexão para Recife que vinha sendo mantida pela Azul.
Antes de conclusões apressadas, é preciso ser claro: não há nenhum tipo de discriminação ou malvadeza das companhias aéreas com os Estados nordestinos. As razões para a suspensão dessas rotas são duas: a comercial e a financeira.
Segundo operadores do mercado, os voos regionais estão mais sujeitos a esse tipo de medida devido à baixa demanda. Por mais antipáticas que pareçam em suas decisões, as companhias aéreas não mentem quando apontam ajustes de mercado nas notas oficiais em que comunicam a interrupção dessas rotas.
Da mesma forma, essas rotas não são necessariamente deficitárias. Porém, em momentos de incertezas na economia e com o dólar que regula o setor nas alturas (sem trocadilhos), é normal que as empresas optem por direcionar suas aeronaves para conexões mais lucrativas.
Para completar, não há nenhuma lei que obrigue as empresas a manterem suas malhas aéreas imutáveis. A decisão nesse campo é unicamente empresarial.
Evidentemente, as companhias também são sensíveis à questão política. Em especial, se forem oferecidas por governantes compensações ou incentivos financeiros para manter ou criar determinada rota.
A governadora Fátima Bezerra (PT) tem reunião marcada com dirigentes da Azul na próxima sexta, para tentar demover a companhia de retirar ao menos a conexão de Mossoró. Vai ter uma negociação dura pela frente. Porém, é pouco provável que consiga reverter a decisão já anunciada pela empresa.
Resta torcer para que esse prognóstico não se confirme e que a governadora traga para o RN um bom resultado desse encontro.