Já não é novidade na cena política nacional o processo de apequenamento pelo qual o PSDB vem passando. Há 10 anos, desde que chegou ao segundo turno com Aécio Neves na disputa pela Presidência da República, o partido vem desabando sem freios em todo o Brasil.
Em São Paulo, seu berço e sua mais forte trincheira em outros tempos, a legenda não conseguiu eleger sequer um vereador em outubro passado. Praticamente sumiu do cenário no maior Estado brasileiro — e que dominou por mais de duas décadas.
O Rio Grande do Norte vinha na contramão desse quadro. Mesmo sem grande representatividade no quadro nacional, o PSDB vinha se mostrando forte em termos locais. Uma espécie de case, com a maior bancada da Assembleia Legislativa e com número expressivo de prefeitos.
Agora, a realidade está mudando e o PSDB hoje também passa por redução de sua força por aqui.
Não no nível do que ocorre em São Paulo, mas também com perdas significativas no quadro local.
Embora ainda mantenha o seu presidente regional, deputado Ezequiel Ferreira, no comando da Assembleia Legislativa, cargo que reúne muito poder e influência, a legenda está sendo reduzida quase à metade na própria Casa.
Nesta sexta (29), quatro dos seus 10 deputados estaduais filiados vão trocar a sigla pelo PL, liderado no RN pelo senador Rogério Marinho.
A queda se dá na mesma proporção no número de prefeitos. Se na eleição municipal de 2020 o PSDB de Ezequiel saiu das urnas com 31 prefeitos, inclusive com o prefeito de Natal, Álvaro Dias, agora em 2024 esse número despencou para 15. Isto significa que o partido do presidente da Assembleia vai virar o ano com menos da metade dos prefeitos que elegeu quatro anos atrás. A derrota foi a maior de um partido, isoladamente, no pleito municipal de outubro passado no Estado.
O inferno astral que atinge o PSDB no Brasil, portanto, parece estar se estendendo aos tucanos potiguares. O partido, que já esteve por duas vezes no posto mais alto do poder no país, nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, hoje não é nem sombra do passado. Virou nanico no cenário nacional.
Por aqui, mantém ainda uma força considerável. Mas que já foi maior até bem pouco tempo.