A passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro por municípios da Grande Natal, do interior e em Mossoró, hoje e amanhã, será também um teste político de alcance além das fronteiras de cada cidade por onde ele passará.
Não estamos falando da questão eleitoral em si. Embora tenha o objetivo inicial de catapultar as candidaturas de aliados locais, a vinda de Bolsonaro ao Estado tem uma finalidade extra: dar um “toque nacional” à campanha que tem abrangência municipal.
É nesse sentido que estará sob teste o nível de influência do quadro nacional sobre o local. Essa influência nacional vai prevalecer sobre os interesses locais?
É certo que interessa ao ex-presidente fortalecer o seu nome no Nordeste, onde perde eleitoralmente para o presidente e arquirrival Lula. Então, faz caravanas por Estados da região em busca de maior popularidade junto aos nordestinos.
O principal líder da direita brasileira já esteve semana passada por Pernambuco e, depois do périplo pelo RN, partirá para movimentações no Ceará.
A bem da verdade, a tentativa de nacionalização da campanha municipal deste ano não é uma estratégia apenas de Jair Bolsonaro. Lula e o PT também vão buscar o uso desse expediente. Até para não deixar o maior adversário percorrendo sozinho o país e manter ativo o quadro político de polarização entre eles.
Já está até anunciada a vinda de Lula também ao RN, conforme antecipou a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), em passagem por Natal, há duas semanas, quando veio participar da convenção que homologou a candidatura de Natália Bonavides (PT) a prefeita da cidade.
Estratégias à parte, vai ser interessante observar se a nacionalização vai “pegar” na campanha municipal aqui no Rio Grande do Norte. Ou se vão prevalecer mesmo apenas as questões domésticas que afligem o cidadão potiguar no dia a dia.
Coisas como o funcionamento das unidade de saúde, das escolas, da iluminação pública, a limpeza das ruas e se não há buracos nas vias públicas.
Com a palavra, o eleitor potiguar.