Uma das principais novidades das eleições deste ano — a proibição das coligações partidárias no pleito proporcional, na disputa para vereador — pode não passar de sonho de uma noite de verão.
Mal foram fechadas as urnas das eleições municipais, partidos pequenos e médios já ensaiam movimento no Congresso para tentar promover a volta das coligações proporcionais a partir de 2022.
A ideia conta com apoio de legendas como Podemos, Patriota, Solidariedade, Rede, PSL e PP. O objetivo é facilitar o caminho da reeleição para caciques desses partidos, geralmente os que exercem mandato atualmente.
O assunto, porém, enfrenta resistência de diversas outras siglas como DEM, PSD, PT e PSDB. Além da oposição declarada do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
O assunto, ao que tudo indica, vai render ao longo de 2021. Geralmente, o Congresso faz algum remendo na lei eleitoral em anos que precedem os pleitos, notadamente os que envolvem a disputa para a Câmara dos Deputados e Senado, para atender às conveniências dos seus líderes partidários.
Seria um claro retrocesso permitir novamente a formação de coligações na eleição proporcional, já que o objetivo de impedi-las é exatamente diminuir o número exagerado de partidos existentes hoje.
É o que muitos chamam de “indústria dos partidos”, fomentada nos últimos tempos pelos polpudos fundos partidário e eleitoral, ambos financiados com dinheiro público. Sem contar o poder hoje concentrado nas mãos dos dirigentes de legenda.