A relação entre Natália Bonavides (PT), candidata a prefeita, e o MDB em Natal, que nunca foi das mais harmoniosas, sofre mais um abalo.
É que o diretório emedebista na capital abriu uma dissidência na aliança que tentar eleger Natália. A representação do MDB em Natal liberou seus candidatos, desde já, a apoiarem o candidato a prefeito que quiserem.
É, na prática, um rompimento do MDB com a campanha liderada pelo PT no maior colégio eleitoral do Estado. O movimento é puxado pelo presidente do MDB na capital, o ex-vereador Júlio Protásio, que comanda o diretório municipal também com pessoas de sua influência na direção local da sigla.
Júlio Protásio até já anunciou de público sua escolha, semana passada, ao aparecer ao lado do ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) no evento que marcou o lançamento do seu projeto de retornar à Câmara Municipal.
Outros candidatos a vereador do MDB também estão se pronunciando publicamente sobre o assunto, como o advogado Araken Farias. Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, Araken acusou o PT de Natália de não cumprir compromissos acertados antes da campanha, inclusive no apoio para a infraestrutura dos candidatos a vereador.
Segundo Araken Farias, “o MDB foi enganado pela petista, que apenas queria usar o tempo de televisão do partido e para isso fez falsas promessas aos candidatos”.
Até o momento, nenhuma das principais lideranças do PT e MDB se pronunciou sobre a dissidência dos emedebistas em Natal. Nem mesmo o vice-governador Walter Alves, que, como presidente estadual do MDB, chegou a ser procurado pela Tribuna do Norte e preferiu não se manifestar.
A governadora Fátima Bezerra (PT) também não emitiu até agora nenhum posicionamento sobre a decisão do partido liderado pelo seu vice-governador.
O episódio não é o primeiro conflito registrado entre Natália Bonavides e o MDB. O partido, que sempre declarou ter a preferência para indicar o vice da aliada, acabou sendo deixado de fora da chapa majoritária. A candidata petista decidiu fechar dobradinha com o vereador Milklei Leite (PV).
Na época, Walter Alves garantiu que a decisão do PT não abalaria a aliança. O divórcio agora oficializado do MDB natalense com a campanha de Natália mostra que a ferida segue aberta.