Hoje aliados políticos no Governo do Estado, sob a liderança da governadora Fátima Bezerra e o apoio do vice-governador Walter Alves, PT e MDB estão precisando de uma “DR”, gíria que casais usam para a necessidade de discutir a relação.
A eleição que terminou em Natal há pouco mais de uma semana abriu fissuras entre os dois partidos coligados.
Ainda no decorrer do primeiro turno, o diretório do MDB na capital desembarcou da campanha de Natália Bonavides (PT) à Prefeitura, com todos os seus candidatos a vereador migrando para o palanque de Carlos Eduardo (PSD).
O vice Walter Alves, que preside o MDB no Estado, apenas assistiu, dizendo respeitar a posição dos correligionários e sem tomar nenhuma medida no sentido de demovê-los da decisão. Em outras palavras, o líder emedebista cruzou os braços.
Para completar, Walter Alves não fez nenhum tipo de manifestação a favor de Natália Bonavides no segundo turno, disputado por ela contra Paulinho Freire (União), que acabou eleito no último dia 27.
Evidentemente, que essa postura de Walter, principalmente, não caiu bem no QG de Natália, nem no PT de Fátima. A opção, porém, foi de não passarem recibo e engolirem o sapo lançado pelo MDB, até para não aumentarem o mal-estar.
Muitos enxegaram nesse distanciamento do MDB e do próprio Walter como uma resposta ao fato do partido ter sido preterido da chapa montada pelo PT em Natal. Só recordando: havia um pré-acordo, até confirmado em entrevistas pelos dois lados, de que Natália teria um vice do MDB na eleição.
No entanto, às vésperas das convenções partidárias, a petista acabou escolhendo para seu vice o vereador Milklei Leite (PV), que faz parte da mesma federação partidária, com o próprio PT e também o PCdoB. Na época, o MDB fez que não ligou, mas depois ficou claro o seu descontentamento.
São episódios que, por mais que se negue, abriram fissuras. Se elas são superficiais e serão sanadas logo, veremos ao longo do próximo ano. Talvez até antes. Assim como ficará mais nítido constatar se são feridas mais profundas e com efeitos prolongados.
De todo modo, há a opção da DR que, sendo bem feita, pode sarar todas as feridas.