Nas mãos de menino, um tablet permitia que chegasse até ele uma mensagem especial do ator que dá vida ao Capitão América, na franquia Vingadores, Chris Evans, onde dizia: “Você é um herói. O que você fez foi tão corajoso, tão altruísta! Sua irmã tem muita sorte de ter você como irmão mais velho”.
As palavras de Chris Evans são o reconhecimento do ato de extrema coragem de Bridger Walker, de apenas 6 anos, que se lançou entre sua irmã mais nova e o ataque furioso de um animal, rendendo-lhe, além dos 90 pontos no rosto, homenagens dos atores que interpretam o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Homem-Aranha (Tom Holland), e Hulk (Mark Ruffalo), dentre outros.
Esta atitude de Bridger não é tão insólita quanto parece, pois os noticiários revelam muitas histórias assim, tais quais a do britânico Oliver, de 7 anos, que salvou do afogamento o seu irmão, de 2 anos; do americano Levi, de 9 anos, que salvou seu irmão, de apenas 11 meses, de uma queda fatal; ou do brasileiro Juan, de 10 anos, que, executando a manobra de “Heimlich”, desobstruiu as vias áreas de seu irmão, de apenas 17 dias.
Demonstrações de coragem sempre são grande fonte inspiradora para homens e mulheres, principalmente nestes dias conturbados, cujos nobres valores se embotam e se mixam aos interesses pragmáticos de uma sociedade construída sob o hedonismo e o consumismo desenfreado, produzindo pessoas em série, como cantou a banda britânica Pink Floyd, na música “The Wall”.
Por isso, neste tempo de relações beligerantes, de tantos discursos de ódio encharcados de preconceitos e ideologias rasteiras, de medos e incertezas do futuro ante a pandemia, exemplos como os destas crianças possuem o condão de relembrar aos adultos o porquê de se acreditar e lutar por um mundo melhor, auxiliando a humanidade a enxergar, através das brumas densas do materialismo, a clivagem entre certo e errado.
A propósito, verdade e mentira são o tema do filme americano, de 2003, intitulado “Lições para toda a vida”, protagonizado por Haley Joel Osment, Michael Caine e Robert Duvall, tendo, este último, encarnado o tio Hub, que ensina ao seu sobrinho (Osment) que, algumas vezes, o homem precisa acreditar em certos valores porque simplesmente valem a pena, independentemente de serem “verdade ou não”.
Na ficção, o personagem de Robert Duvall diz: “As pessoas geralmente são boas; a honra, a coragem e a virtude significam tudo; o poder e o dinheiro, o dinheiro e o poder não significam nada; o bem sempre triunfa sobre o mal. E quero que sempre se lembre disso: que o amor… o verdadeiro amor nunca morre… Não importa se é verdade ou não, você vai descobrir. Um homem deve acreditar nestas coisas porque são coisas que valem a pena acreditar”, indicando que acreditar no bom, no bem e no justo é a melhor forma de se viver com dignidade, e que tais valores são sentidos profundamente nos corações dos bravos.
Apesar de sua tenra idade, Bridger não vacilou em fazer o que sentia ser certo, atirando-se contra os dentes afiados do agressor de sua irmã e impedindo que ela fosse ferida. Depois, perguntado pelos pais sobre o porquê de ter feito isso, ele justificou com simplicidade: “Se alguém tinha que morrer, achei que deveria ser eu…”, exemplificando o verdadeiro significado de sacrifício.
As marcas ficarão em seu rosto, não como deformidade, mas como lembrança que ostentará a pureza de seu coração, enquanto viver, sendo uma admoestação à humanidade de que coragem, dignidade e honra, a serviço do próximo, são o único caminho a ser percorrido rumo à evolução e ao progresso.
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