O noticiário político se misturou às páginas policiais neste final de semana.
Tudo por conta de um confronto físico protagonizado pelo deputado estadual Luiz Eduardo (Solidariedade) e o prefeito de Ceará-Mirim, Júlio César Câmara (PSD). Rivais políticos na região do Mato Grande, o parlamentar e o prefeito ignoraram qualquer respeito à liturgia dos seus cargos e até noções de civilidade e partiram para as vias de fato, durante uma festa na praia de Pirangi.
O assunto tomou conta da imprensa e das mídias sociais durante todo este domingo (28). Viralizou, como se diz na linguagem da internet. O caso acabou parando na na 2ª Delegacia de Plantão, na Zona Norte de Natal, onde Júlio César registrou queixa contra Luiz Eduardo.
Tanto o prefeito quanto o deputado emitiram notas oficiais em que confirmaram a luta corporal entre eles. As versões para o episódio, porém, foram diferentes. Cada um deu a sua.
Na nota e também na Delegacia, Júlio César Câmara relatou ter sido agredido primeiro pelo deputado, que o atingira, afirmou, sem motivo com uma garrafa e em estado de embriaguez. O prefeito de Ceará-Mirim informou ainda ter comprovado suas lesões em um exame de corpo de delito e que delegou a condução do assunto para os advogados e a Justiça.
Ele conclui sua nota afirmando que não tem histórico de agressões contra nenhum cidadão e ressaltando que o deputado é que enfrenta processos e até condenação por envolvimento em situações dessa natureza.
Luiz Eduardo também divulgou o seu comunicado sobre a briga. Conforme sua descrição, o prefeito “soltou uma piada” ao encontrá-lo e recebeu de volta um xingamento. Depois disso, ainda pelo relato do deputado, Júlio César atirou uma garrafa de cerveja que o atingiu no rosto, assim como de um músico que tocaria no evento. A partir daí, Luiz Eduardo conta que revidou a agressão.
Mesmo lamentando o que chamou de “infeliz evento” e reconhecendo que “toda forma de violência deve ser evitada”, o deputado estadual justificou seu gesto, ressaltando que não é do seu feitio “virar as costas para ameaças e agressões injustas”.
Por se tratarem de duas figuras públicas, o caso ganhou naturalmente muita repercussão. Agora, precisa ter também a atenção das autoridades competentes, até para as medidas cabíveis.
E, principalmente, ensejar mais equilíbrio dos dois envolvidos para que seus esforços se limitem às responsabilidades com a população, dentro das funções correspondentes aos seus respectivos mandatos.