Os praticantes de Off-Road terão acesso às dunas de Búzios mediante cadastro e pagamento de uma taxa todas as vezes que forem ao local trafegar pelas trilhas. As definições são do Governo do Estado e ocorreram nesta segunda-feira (28), em reunião coordenada pelo vice-governador Antenor Roberto, por membros do Idema, Detran, Procuradoria do Estado e Polícia Rodoviária Estadual e da Secretaria Estadual de Turismo, da qual a Associação Potiguar de Off-Road (APO) participou, além de outros representantes da categoria.
De acordo com o presidente da APO, Juscelino Holanda, os proprietários de veículos 4×4 vão pagar uma taxa de R$ 20,00 por passeio, já os donos de carros 4×2, buggys, UTVs e quadriciclos terão que desembolsar R$ 10,00 para utilizar o espaço.
Os passeios serão permitidos das 5 da manhã até 20 horas. Para acessar as dunas, a partir desta quarta-feira (30), os motoristas devem entrar no site do Idema para se cadastrar. Após essa operação, o sistema vai emitir um ticket com uma numeração específica, um QRCode e um boleto para o pagamento. No site do Idema, será necessário ainda baixar um arquivo para ser utilizado nas plataformas de navegação onde constarão os locais permitidos para serem acessados com os carros. Não será permitido o trafego de veículos pela orla marítima sob nenhuma hipótese. Esse procedimento deverá ser repetido a cada passeio. O Governo do RN também garantiu o rigor nas fiscalizações que terão inicio no dia 04 de janeiro, quando começa a Operação Verão.
“A proposta colocada à mesa não deu margem para negociações. O Governo chegou com tudo articulado, pronto e nós não pudemos negociar alguns pontos. Eles foram irredutíveis. Tentamos flexibilizar a questão da cobrança das taxas, porém não tivemos êxito”, relata o presidente da APO, Juscelino Holanda. A exigência da cobrança gerou críticas dos praticantes de Off-Road. O perfil do vice-governador Antenor Roberto, no Instagram recebeu comentários negativos sobre o tema. O perfil @expedicaoadventure foi taxativo: “Um absurdo essa cobrança, só sinaliza que não querem regulamentar e sim arrecadar”. O perfil @wagnerdantas00 não escondeu a insatisfação: “Estamos extremamente frustrados com o desfecho dessa problemática, pois ao invés de se criar um sistema de filtro contra aqueles que vêm para bagunçar e usar nossas belezas naturais de forma irresponsável, criou-se apenas um ‘pedágio’ como mais uma fonte de arrecadação pró Governo do Estado. Um desfecho que nos pune diante de tantos cuidados e ações em prol do meio ambiente”.
Diante das reclamações, Juscelino Holanda afirmou ainda que vai seguir buscando a exclusão desse ponto junto às autoridades do Estado. “Estamos buscando dialogar e mostrar que essa proposta é penosa para quem pratica essa modalidade de forma séria, como hobby familiar e sem fins comerciais. Fizemos várias ações sociais, somos parceiros do Governo também na questão da fiscalização ambiental e esperávamos um pouco mais de sensibilidade por parte das autoridades”, destacou o dirigente da APO, acrescentando ao final “que essa forma de agir e certas imposições gerarão forte impacto negativo no Turismo Potiguar”.