Uma boa oportunidade para os candidatos a prefeito neste ano. Assim deve ser encarada a cartilha lançada recentemente pelo Sebrae para estimular os pretendentes às prefeituras a serem parceiros dos pequenos empreendedores.
Intitulado “Candidato Parceiro do Pequeno Negócio”, o documento apresenta propostas de desenvolvimento voltadas para micro e pequenos negócios.
Dentre as medidas sugeridas pelo Sebrae, estão ações administrativas em compras governamentais, cooperativismo, linhas de crédito, emprendedorismo feminino e a implantação de uma cultura empreendedora nas escolas.
Em resumo, o que se propõe na Cartilha do Sebrae é que o Poder Público exerça na prática o seu papel de indutor do desenvolvimento. Parece simples, mas na prática a história é bem diferente.
Infelizmente, poucas gestões adotam esse modelo de parceria com a livre iniciativa. Ao contrário, muitas vezes atrapalham, vendo o setor produtivo apenas como fonte de arrecadação para manter suas pesadíssimas máquinas estatais. Alguém aí falou sobre aumentar a taxa de ICMS?
Mesmo se deparando com finanças mirradas, que muitas vezes mal honram suas folhas de pagamento e não deixam sobrar nada para investimentos, os gestores públicos muitas vezes resistem a estabelecer essa ponte com os segmentos que realmente produzem. Consideram que podem perder poder, se fizerem isso. Uma bobagem, claro, mas essa é quase uma norma não escrita, e muito seguida.
Obviamente, sempre é hora de mudar essa realidade. Entidades como o próprio Sebrae, assim como as federações da Indústria (Fiern) e do Comércio (Fecomércio), normalmente apresentam esse tipo de proposta em campanhas eleitorais. Nem é o caso dos futuros prefeitos absorverem essas medidas por completo. Mas deveriam ao menos ser objeto de avaliação. A sério.
Candidatos de direita, de esquerda, de centro, de Natal, de Venha Ver, portanto, precisam dar atenção a esse tipo de iniciativa. Ao menos, os que forem mais sérios e tiverem mais juízo.
Ações como a apresentada pelo Sebrae enriquecem o debate e podem contribuir com as futuras administrações e, claro, com as respectivas cidades que adotarem esse tipo de agenda.
Os eleitores agradecerão, se assim for feito.