Recolhidos os tamborins e as fantasias carnavalescas, o ano, enfim, vai começar para valer.
Em todo o Brasil, é assim.
É hora, pois, de outros blocos buscarem seu espaço na avenida. Um, em especial, é o da política, que se prepara para colocar suas comissões de frente em ação, preparadas para as eleições municipais.
Em Natal, já têm mestres-salas faz tempo com suas alas nas ruas, mas agora seus desfiles serão conduzidos de maneira decisiva.
O ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) puxa a fila, liderando as pesquisas divulgadas até agora, com uma boa margem de diferença em relação aos rivais. Seu samba vem se mostrando forte, mas ainda carece de mais componentes para ganhar corpo. Carlos Eduardo atua forte nos ensaios para agregar mais aliados ao seu projeto.
Também já na avenida, estão os deputados federais Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT), buscando um lugar de destaque a fim de se garantir em mais uma rodada do desfile: o segundo turno. O primeiro tentando puxar o coro da direita e a segunda, elevar o enredo do PT, sempre desafinado nas eleições em Natal.
A secretária municipal de Planejamento, Joanna Guerra (Republicanos), também tenta seu lugar no olimpo eleitoral. Porta-bandeira da gestão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), vai enfrentar o desafio de fazer seu samba ser ouvido em toda a cidade e dar musculatura ao seu projeto nas urnas.
No melhor estilo “índio quer apito; se não der, pau vai comer”, os deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves, outros representantes da direita potiguar, tentam convencer seu partido, o PL, a dar-lhes a chance de levar à disputa o estandarte da agremiação. Sargento Gonçalves promete até avaliar a ideia de mudar de escola (opa, de partido), se for obrigado a entoar o samba de uma nota só.
De certa forma, porém, todos esperam o prefeito Álvaro Dias soar seus acordes definitivos e jogar na avenida o ritmo que vai tocar na campanha. Claro, escolhendo de vez se será Joanna Guerra ou outro nome a puxar o samba-enredo da sua sucessão. Será o prefeito a bater o tambor que vai dar o tom do processo eleitoral.
O certo é que agora, passados os dias de folia, uma certa ressaca carnavalesca pode até pintar por mais alguns dias. Mas não se enganem: o samba sai de cena e suas cinzas serão logo espalhadas.
A passarela será toda da política daqui para a frente.
Abre alas!