Jean Paul Prates enfrenta uma sucessão de adversidades como presidente da Petrobras.
Seus problemas têm menos a ver com gestão e muito mais com política.
Seu nome está envolto em um noticiário que descreve uma frigideira acesa com o objetivo de retirá-lo da presidência da companhia.
Nas últimas semanas, surgiu até a informação de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, está de olho no seu lugar. O ministro negou o interesse e a participação em movimentos para derrubar o político radicado no Rio Grande do Norte.
Este não é o único episódio que contrapõe Jean Paul Prates a outros membros do governo Lula
Os embates públicos dele com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, são frequentes. O mais recente teve tons mais elevados de parte a parte.
Em entrevistas, Silveira não perde a chance de questionar a gestão de Prates. O presidente da Petrobras, por sua vez, não deixa barato e devolve todas as provocações do ministro. Fica claro que os dois não se bicam.
São muitos os interesses que envolvem a Petrobras, gigante economicamente e uma das maiores petrolíferas do mundo, pronta para conduzir um plano de negócios que vai movimentar R$ 500 bilhões do ano que vem até 2028.
No meio dessa guerra em torno de Prates, está o presidente Lula. Que não se pronuncia publicamente e, com essa omissão, dá margens a interpretações. Alimenta, por exemplo, a especulação de que incentiva a fritura porque tem mesmo algum interesse em ver a queda de Prates.
O certo é que, sem sua palavra de apoio, Lula enfraquece Jean Paul Prates.
O presidente da Petrobras tem procurado se manter firme em meio às labaredas da fogueira a que está sendo submetido.
Na semana passada, ao ser questionado se se sente ameaçado no cargo, Prates disse que não. Ele afirmou que é preciso ter “carapaça” para comandar a Petrobras. E emendou para os jornalistas que cobriam o anúncio do plano de negócios da empresa: “Boato, maledicência, até fogo amigo a gente tem que aguentar tudo”.
É um resumo da sua rotina na empresa.
Não está fácil, a vida de Jean Paul Prates.