Dois dos principais ministros do Governo Federal entraram em rota de colisão nos últimos dias. O titular da Economia, Paulo Guedes, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, estão estremecidos por conta do anuncio do Pró-Brasil, plano de estímulo à economia que prevê a aplicação de R$ 35 bilhões em obras públicas paralisadas e outras novas intervenções. O potiguar foi identificado por Guedes como o artífice da iniciativa.
Além do aspecto econômico, o ministro da Economia tem a convicção de que Rogério Marinho pretende usar o projeto com fins políticos, para catapultar uma intenção de disputar a eleição para governador do Rio Grande do Norte em 2022. A informação foi publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, no portal da revista Época, na manhã desta segunda-feira (27).
Guedes não gostou nada da iniciativa do Pró-Brasil e identificou Rogério Marinho como principal responsável pelo plano classificado por ele como “Dilma 3”. Para o ministro da Economia, a proposta lançaria o orçamento federal em um buraco ainda mais fundo e geraria impactos negativos sem precedentes nas contas do país. Inclusive, Paulo Guedes já anunciou a interlocutores e auxiliares palacianos que não tratará mais de nenhuma questão com Rogério Marinho de forma reservada.
O presidente Jair Bolsonaro está no meio desse tiroteio de aliados, mas deu indícios de que vai ficar ao lado do seu ministro da Economia, na visão de especialistas, um dos últimos pilares que estão segurando o seu Governo. Nesta segunda-feira (27), ele negou qualquer possibilidade de afastar Guedes e foi taxativo ao afirmar: “’O Homem que decide a economia no Brasil é um só: Paulo Guedes”. Apesar do tom, a imprevisibilidade do atual Governo impede que isso seja tomado como verdade absoluta.
Desde que o conflito com Paulo Guedes passou a ser noticiado, Rogério Marinho tem mantido uma postura discreta e ainda não emitiu posicionamentos públicos sobre o assunto.