Há uma máxima no Brasil que reza que o ano só começa para valer depois do Carnaval. Em muitos setores, é praticamente assim mesmo.
A política, no entanto, costuma subverter essa lógica exclusivamente brasileira. Na política, é comum o calendário andar na direção contrária e ser mais acelerado que a medida normal do tempo.
É o que está acontecendo com o ano de 2026, especificamente em relação à discussão eleitoral no Rio Grande do Norte. Debates e formulações sobre nomes e composições políticas que deveriam acontecer no ano que vem estão sendo precipitados para este 2025.
Para a sucessão estadual, já há quatro pré-candidaturas “lançadas”, claro que em caráter extra-oficial, dentro do que o conceito permite para o momento.
O grupo de oposição à governadora Fátima Bezerra (PT) conta com três desses pré-candidatos: o senador Rogério Marinho (PL), o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), e o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União).
Os três postulantes declarados ao Governo já se movimentam fortemente nos bastidores e também em público para se viabilizarem. Chama a atenção, em especial, o prefeito Allyson Bezerra, que há apenas dois meses tomou posse para o novo mandato e já articula como nunca por outro projeto eleitoral.
Pelo grupo governista, despontou nas últimas semanas o secretário estadual de Fazenda, Carlos Eduardo Xavier (PT). Ele passou a ser tido como o nome apoiado por Fátima Bezerra e que será adotado pelo PT. Terá que enfrentar, porém, resistências internas e algumas que já são até explícitas, como a declarada pelo ex-senador Jean Paul Prates (PT).
Cada um tem seu contexto e seus desafios próprios. A serem tratados no decorrer do ano.
Em comum entre os pretendentes ao Governo do Estado, na oposição e no governismo, está a decisão de ignorar a máxima carnavalesca e de colocar seus blocos na rua. O objetivo também comum é viabilizar seus estandartes e não deixar o samba político desafinar na travessia da avenida eleitoral.