Hoje fugimos à nossa pauta habitual sobre a política do Rio Grande do Norte para falar da eleição nos Estados Unidos. Mas a fuga não é tão grande assim. A decisão dos norte-americanos nos interessa. Explicamos a seguir.
Como muita coisa que acontece no país hoje presidido por Joe Biden, a eleição de lá também repercute no resto do mundo. Claro que o Brasil não está imune a essa influência.
Ocorre que a eleição marcada para hoje nos EUA tem conotações especiais, não necessariamente positivas. Tudo por conta de um candidato chamado Donald Trump. Um sujeito que age deliberada e descaradamente para sabotar a democracia.
E não em uma democracia qualquer, mas naquela que é considerada a nação mais democrática do mundo, um país que estufa o peito para dizer que defende os direitos individuais e que serve de referência para quase todos os países.
Uma eventual vitória de Trump assusta o mundo que preza pela liberdade dos seus cidadãos. O ex-presidente que tenta hoje voltar ao cargo mais poderoso do planeta age contrariamente a todos os princípios.
Ele simplesmente despreza os interesses coletivos. Sua intenção é impor suas políticas, dentre elas as de linhagem autoritária, machista, racista e que se fundem em conotações cada vez mais fascistas. Já chegou ao ponto de tentar um golpe de Estado, mas felizmente foi impedido, pela ordem, de seguir adiante com essa intenção.
Não se trata aqui de simplificá-lo como um representante da direita. É pouco dizer isso. Ele é de direita, sim, mas do lado mais extremista dessa corrente.
Está longe de ser a dele agir de maneira responsável e equilibrada. Não. Ele faz questão de se mostrar como é: um líder político de pensamentos ameaçadores a qualquer um que não o siga ou compartilhe de suas convicções.
Incrível que receba tanta adesão dos seus compatriotas — ainda que em proporção mais reduzida que a que já mostrou. O que até abre a possibilidade de que seja derrotado pela rival Kamala Harris.
E o que o Rio Grande do Norte tem a ver com Trump e as urnas norte-americanas? Nada. E tudo, ao mesmo tempo. É que, em termos efetivos, o resultado da eleição de hoje não vai afetar de imediato nosso sistema político, que seguirá, via de regra, sem alterações.
Os reflexos políticos e a médio prazo, no entanto, tendem a ser absolutamente desastrosos. Uma nova vitória de Trump lançará ao resto do planeta o sinal de que o extremismo político está de novo em alta. Evidentemente, o Brasil não está imune a esse efeito. Nem o Rio Grande do Norte.
Em 2026, teremos eleições gerais por aqui, e não tenham dúvidas de que as campanhas para presidente e nos Estados ganharão tons muito mais agressivos e radicais. Não faltarão oportunistas para explorar esse quadro, se Trump sair vitorioso nesta terça. Inclusive aqui, no nosso quintal.
Um perigo para todos. Até para os adeptos dessa corrente extremista, sejam de direita ou de esquerda.
Contra o ódio, não dá para relativizar: é torcer contra. Para que seja derrotado e todos vivam do modo mais civilizado.
É o que singelamente nos resta, aqui deste cantinho, na eleição de hoje nos EUA e na de 2026 no Brasil e no RN.