Pelo PT, está decidido: o companheiro de chapa da deputada Natália Bonavides, na disputa pela Prefeitura de Natal, será o vereador Milklei Leite.
Filiado ao PV, Milklei integra, dessa forma, a federação partidária que seu partido compõe com o próprio PT e também com o PCdoB.
A escolha do PT e de Natália pelo vereador pevista, dessa forma, seria natural, por estar inserida no círculo político da candidata.
Tudo certo, então? Não é bem assim.
A vaga de vice de Natália estava prometida para o MDB do vice-governador Walter Alves. Havia um acordo assumido nesse sentido. Nomes chegaram a ser sondados. Alguns chegaram a vir a público, como os da vereadora Ana Paula, do jornalista Eugênio Neto e dos ex-vereadores Joanilson de Paula Rêgo e Luís Carlos.
Nenhum caiu nas graças do PT, nem foi avalizado pela sua candidata majoritária.
A escolha acabou ficando com Milklei Leite, que abre mão de uma reeleição com chances razoáveis de êxito e desembarca numa chapa que está em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais mais recentes.
Quanto ao MDB, ainda não emitiu nenhuma sinalização sobre a reviravolta coordenada pelo PT. Mas é pouco provável que vá externar grandes insatisfações ou bater de frente com o petismo local agora.
A prioridade de Walter Alves, presidente estadual da legenda, aponta para 2026. Ano em que pretende ser governador, a partir da possível renúncia da governadora Fátima Bezerra (PT) para assumir uma futura candidatura. Dando certo esse plano, Walter concorrerá à reeleição, já exercendo o cargo de governador efetivo.
Até que esse quadro esteja consolidado, a ordem é manter a aliança. Ainda que seja preciso engolir alguns sapos no meio do caminho. Como este que surge agora na sucessão em Natal, ao ser esnobado da chapa de Natália.