Escárnio. O que é definido pelo dicionário como “aquilo que é objeto de desdém, ironia ou sarcasmo; o que é feito ou dito com intenção de provocar riso ou hilariedade acerca de alguém ou algo; caçoada, troça, zombaria”.
É, portanto, uma definição que cai bem para o que o DNIT vem fazendo com Natal e o Rio Grande do Norte.
Sob a gestão do seu superintendente regional, Getúlio Batista, o DNIT trata natalenses e potiguares com absoluto desrespeito. Age como se não precisasse seguir os interesses públicos, nem dar satisfação à população que, no fim das contas, é quem lhe paga o salário e sustenta todo o órgão.
Indicado ao cargo pelo vice-governador Walter Alves (MDB), Getúlio começou sua “administração” fechando um dos lados da ponte de Igapó sem avisar com a devida antecedência as mais de 70 mil pessoas que trafegam por lá diariamente, dependendo dela para trabalhar, ganhar a vida e levar filhos à escola. O DNIT empurrou a obra goela abaixo da população. E o pior: vem executando a obra a passos de tartaruga. Segundo matéria da Tribuna do Norte de sexta-feira passada (17), a restauração da ponte de Igapó andou menos de 1% no último mês.
A faceta mais recente do DNIT de Getúlio Batista está escancarada na instalação de um desvio na BR-304 que visa a permitir o mínimo de normalidade no tráfego da rodovia que liga as duas maiores cidades do Estado e suas regiões. Uma via fundamental para a economia potiguar e a vida das pessoas e que está com o fluxo interrompido na altura de Lajes, após o desabamento de uma ponte.
Mas isto não parece ter muita importância para o DNIT, que está há quase dois meses tentando entregar a obra numa pista cuja extensão é de pouco mais de 500 metros. Menor que a da ponte de Igapó.
O órgão dirigido por Getúlio Batista já adiou por cinco vezes a entrega deste “grande projeto” (contém ironia). Alega que a chuva está atrapalhando os serviços e impedindo a conclusão da obra de 500 metros e que estava prometida, desde o fim de março, prometida para ficar pronta em 15 dias.
Uma situação que já provocou constrangimento na governadora Fátima Bezerra (PT), que veio a público prometer prazos e os viu ser todos descumpridos. Até que a governadora resolveu não tocar mais no assunto.
Somente na semana passada, foram duas datas anunciadas e não cumpridas. A última promessa feita era de que o desvio estaria disponível na sexta passada. Não deu de novo. Agora, certamente para não abusar ainda mais da paciência da população, resolveu não sinalizar com um novo prazo. Resta rezar para São Pedro e todos os santos!
Diante desse quadro, os potiguares estão autorizados a questionar a capacidade da atual direção do DNIT em realizar não apenas esta, mas outras obras sob sua responsabilidade. Inclusive, a da nova ponte que precisará ser reconstruída em Lajes.
Afinal, com tanta dificuldade já evidenciada para finalizar uma pista improvisada de pouco mais de meio quilômetro, é justo que o cidadão em todo o RN indague se há incompetência técnica ou se há mesmo puro descaso dos dirigentes do DNIT com uma questão tão importante para a vida do Estado.
Com a palavra, o DNIT!