Uma assembleia da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN), realizada nesta terça-feira (6), terminou com uma decisão controversa: a criação de um cargo de diretoria que vai custar R$ 424 mil aos cofres estaduais. O equivalente a mais de R$ 32,6 mil por mês.
Assim como aconteceu com o projeto que visava manter o ICMS em 20% neste ano, derrotado no fim de 2023 na Assembleia Legislativa, a proposta da AGN também colocou em campos opostos o Governo do Estado e representantes do setor produtivo, como as federações do Comércio (Fecomércio), da Indústria (Fiern) e da Agricultura (Faern).
Os líderes empresariais se posicionaram de maneira contrária à criação do novo cargo. O problema é que, embora acionistas da AGN, suas entidades têm assento minotário na Agência. Para não dizer diminuto. O Governo do Estado possui mais de 98% das ações da instituição e, dessa forma, levou folgadamente a melhor sobre os empresários. Seu posicionamento prevaleceu, com ampla margem.
A partir de agora, portanto, a AGN passa a ter em sua estrutura a nova Diretoria de Desenvolvimento, Estratégias e Negócios. Um departamento cuja criação é criticada pelos dirigentes empresariais.
O presidente da Fiern, Roberto Serquiz, por exemplo, disse enxergar uma contradição em implantar uma diretoria de negócios, já que a natureza da AGN é praticamente toda voltada para microcréditos. Roberto Serquiz ainda sugeriu à Agência seguir o caminho inverso ao que foi estabelecido — ou seja, diminuir seu custeio, ao invés de aumentar.
A AGN, por sua vez, divulgou nota em que afirma que a criação da nova diretoria faz parte de um processo de modernização de sua estrutura e que possui dotação orçamentária própria para custear o departamento a ser implantado. A Agência, dirigida pela ex-deputada Márcia Maia, complementou, dizendo que a estrutura recém-criada tem ainda a finalidade de captar novos negócios para fazer frente ao volume demandado de financiamentos concedidos pelo órgão.
Os empresários não se convenceram. Mas, diferentemente do que ocorreu no projeto do ICMS, agora foram voto vencido.