Se a pré-candidatura do deputado federal Paulinho Freire (União) à Prefeitura de Natal vai ter sucesso nas urnas, em outubro, só mesmo o futuro vai dizer. Mas ela já produziu um feito: unir no mesmo palanque o ex-senador José Agripino (presidente do União/RN) e o senador Rogério Marinho (PL).
Os dois nunca se bicaram. Em entrevista recente à jornalista Thaísa Galvão, José Agripino deixou esse distanciamento bem explícito. Ele citou um traço de Rogério que não o “agrada” (termo usado pelo próprio ex-senador): o histórico de rompimentos do atual líder do PL no Estado.
Agripino se referiu a rupturas de Rogério Marinho com figuras políticas a quem se aliou e, segundo ele, ficaram frontalmente contrárias ao hoje senador. O presidente do União ilustrou sua afirmação lembrando a ex-governadora Wilma de Faria, no passado, e, mais recentemente, o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Ambos se afastaram ruidosamente de Rogério. Disse mais: que esta é “uma coisa a ser explicada” e que seria bom ele (Agripino) “se livrar disso”.
Essas declarações foram lembradas nesta semana, após José Agripino dirigir palavras elogiosas a Rogério Marinho no ato que marcou a entrada de Paulinho Freire na sucessão em Natal.
“Uma coisa que queria: participar de uma aliança da qual você fizesse parte. Rogério Marinho é muitíssimo bem-vindo. É uma das maiores competências do Estado”, ressaltou o ex-senador. Que, é bem verdade, também fez questão de salientar que a aliança é “em nome do Rio Grande do Norte”, sinalizando uma estratégia que visa a alcançar a eleição estadual de 2026.
De todo modo, não deixa de ser uma guinada no conceito que José Agripino até pouco tempo expressava em relação ao atual aliado.
Coisas da política. E das conveniências eleitorais, que ora afastam, ora aproximam os atores partidários.