O ano começa movimentado na política.
Não, não estamos falando ainda do calendário eleitoral, nem das eleições municipais marcadas para outubro.
A pauta é o 8 de janeiro.
Hoje, faz um ano que o Brasil se viu no fio da navalha, a partir de um ato nitidamente de tons golpistas para derrubar o Estado Democrático de Direito e instituir um regime autoritário de formato até hoje não muito claro.
Apesar de todos os distúrbios provocados, dos prejuízos materiais e históricos e de toda a tensão gerada, o saldo final foi positivo para o Brasil. Isto no sentido de que o sistema democrático prevaleceu ao ataque sofrido.
Diversos envolvidos já estão sendo punidos, embora ainda não no grau e no alcance desejados. Está faltando ainda identificar os “engenheiros” do movimento golpista que desembocou nos ferozes ataques registrados na Praça dos Três Poderes.
Sem isso, o processo ficará incompleto. É preciso ir mais a fundo para enquadrá-los, com todo o rigor necessário, sob os ditames da lei.
Mas, sem dúvida, estamos dando bons passos desde que os participantes do movimento golpista invadiram a Esplanada dos Ministérios, um ano atrás.
A data precisa ser, sim, relembrada. Não com interesses politiqueiros, mas como instrumento de reflexão. Do caminho que o Brasil não pode seguir. Principalmente, para que nunca mais nenhuma liderança política e seguidores tresloucados se arvorem em boicotar nossa democracia.