Está em curso o processo de distribuição de cargos federais no RN. Membros da bancada federal alinhados com a base do presidente Lula no Congresso Nacional estão emplacando seus nomes.
O mais recente deles é o deputado federal Benes Leocádio (União), padrinho da nomeação do empresário Lindberg Tinoco para a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), no Rio Grande do Norte. Benes também deve ficar com a direção regional do DNOCS (Departamento Nacional de Obras contra a Seca).
Para João Maia (PL), está reservada a direção da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde.
Há espaço também para o deputado federal Paulinho Freire, mas o deputado do União Brasil deve declinar da oportunidade.
Não porque Paulinho tenha algum tipo de rejeição particular ao poder sobre cargos públicos. A questão é estratégica. O pré-candidato a prefeito de Natal vai evitar no momento uma aproximação com o Governo Lula. Ou mais precisamente: com o PT.
Politicamente falando, Paulinho Freire está hoje mais situado à direita. Tem uma boa relação, por exemplo, com o senador Rogério Marinho (PL), com cujo apoio espera contar na corrida pelo Palácio Felipe Camarão.
Se aceitar indicar um cargo na gestão petista e, como consequência, passar a fazer parte da bancada lulista na Câmara dos Deputados, Paulinho estará quase que encerrando seus canais com Rogério Marinho e outras lideranças da direita potiguar.
Uma relação que, no momento, ele quer preservar. Até porque sabe que não tem chances de ter o apoio da esquerda, em grande parte já mobilizada em favor da também deputada Natália Bonavides (PT), concorrente de Paulinho na disputa pela Prefeitura.
Entre o ganho político-administrativo de influenciar na ocupação de cargos federais e a aposta no futuro da própria candidatura, Paulinho Freire vai jogar suas fichas na segunda opção, para tentar chegar vivo eleitoralmente em 2024.