É esta a tendência verificada hoje: nada do PSDB ter candidato próprio para a disputa da prefeitura de Natal em 2024.
O presidente nacional do partido, o governador Eduardo Leite (RS), até esteve na cidade, semana passada, para tentar motivar os filiados locais sobre a estratégia da sigla de ter nomes competitivos para buscar a conquista de cadeiras em capitais e grandes cidades.
Em Natal, porém, deve ter seus planos frustrados. A prioridade absoluta do novíssimo tucanato na capital potiguar, composto por cinco vereadores recém-filiados, é a montagem de uma boa nominata que viabilize a reeleição de todos (ou da maioria, pelo menos).
A realidade dos tucanos natalenses, tanto os novos quanto os mais antigos, é se alinhar com candidatos de outros partidos. O deputado federal Paulinho Freire (UB) aparece como grande favorito para levar o apoio dos cinco vereadores que recentemente pousaram no ninho tucano: além de Herberth Sena, este o novo presidente do diretório municipal, há Aldo Clemente, Hermes Câmara, Klaus Araújo e Anderson Lopes.
Apesar de toda a proximidade atual com Paulinho Freire, aliás ex-presidente da Câmara Municipal, Herberth Sena deixou claro em entrevista nesta semana ao Jornal 91 (91 FM Natal) que não há ainda martelo batido sobre a questão. E defendeu a abertura de diálogo até com o PT, mesmo sendo este um cenário muito improvável.
O certo é que, salvo alguma reviravolta também fora de todos os prognósticos, o novo PSDB de Natal — montado com as bênçãos do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, presidente estadual da sigla — vai contrariar a estratégia do líder gaúcho Eduardo Leite.
Por aqui, o partido será satélite na eleição majoritária, até diferentemente do que ocorreu em 2020, quando o prefeito Álvaro Dias se reelegeu inscrito na legenda.
Eduardo Leite, que alimenta o plano de ser candidato a presidente da República em 2026, veio a Natal semana passada mais para ser visto que para ser ouvido.