O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, vem se destacando na política nacional, nos últimos cinco anos.
Recém-reeleito para a administração de um dos Estados mais importantes do país, Zema desponta como uma das lideranças políticas mais promissoras do campo da direita. Tido como possível alternativa na corrida presidencial de 2026.
Neste fim de semana, o governador mineiro voltou a ganhar destaque. Desta vez, por um motivo diferente.
Surgiu como a voz do Consórcio Sul-Sudeste, agora formalizado, segundo ele, para fazer frente a uma suposta força política dos Estados do Norte e Nordeste.
Na visão do governante mineiro, as regiões Sul e Sudeste possuem 56% da população e 70% das riquezas do Brasil. Mesmo assim, também na tese dele, os Estados sulistas e sudestinos nunca tiveram protagonismo político.
A questão que incomoda a Romeu Zema, como ele próprio deixou claro na entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, é a criação do Conselho Federativo para estabelecer como será a distribuição de recursos dos impostos a Estados e Municípios, dentro da reforma tributária. Como o projeto vai passar agora pela análise do Senado, Casa onde a representatividade dos Estados é a mesma — cada um tem três senadores —, os Estados nortistas e nordestinos teriam vantagem. Por terem mais Estados.
Para o governador de Minas, é o mesmo que “dar um tratamento bom as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”.
A frase de Zema, claro, gerou reações no meio político, principalmente no Nordeste. O consórcio formado pelos governos nordestinos criticou o gestor mineiro, enfatizando a necessidade da união nacional contra as desigualdades e rechaçando “qualquer tipo de lampejo separatista”.
A crítica é procedente, para dizer o mínimo. Sentindo que havia passado do tom, o próprio Romeu Zema foi às redes sociais na noite deste domingo para tentar se explicar, garantindo que “a união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões. Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços”. Reclamou também de suas declarações terem sido distorcidas.
Não adiantou. O estrago já estava feito. O tempo vai dizer como os brasileiros do Norte e do Nordeste vão encarar o governador de Minas Gerais a partir de agora. Mas as frases que ele disse são do tipo que marcam biografias. Daquelas que não são esquecidas. Para um político que tem pretensões de ser presidente do país, as declarações que ele deu são um verdadeiro tiro no pé.