Desde o ano passado, os partidos no Brasil já podem se unir na chamada federação. É uma regra recente que permite que as siglas partidárias possam formar uma coligação mais ampla, que vale por pelo menos quatro anos e não apenas para as eleições, mas para atuação em bloco no Congresso Nacional. E detalhe: por todo o país.
O PSDB e o Cidadania já formam uma dessas federações. O MDB sinalizou que queria fazer parte dela, mas impasses regionais e interesses desencontrados sobre as eleições presidenciais de 2026 impediram que o acordo fosse selado em definitivo. Até segunda ordem, as negociações sobre o assunto estão suspensas, anunciaram tucanos e emedebistas.
No Rio Grande do Norte, porém, a situação é bem diferente. Por aqui, PSDB e MDB estão sintonizadíssimos politicamente há um bom tempo, em uma aliança que se reforçou no ano passado, costurada pelos seus dois líderes locais: o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, pelo lado dos tucanos, e o vice-governador Walter Alves, pelo dos emedebistas.
Ezequiel e Walter Alves fazem o modelo que a linguagem popular chama de unha e carne. Ambos têm interesses políticos convergentes e firmaram aliança informal, mas sólida. Claro que com objetivos de que a aliança reverbere em favor de ambos tanto na eleição municipal do ano que vem, mas principalmente na eleição de 2026, quando alimentam a possibilidade de concorrerem no pleito majoritário — Ezequiel ao Senado e Walter, ao Governo do Estado.
Para completar, estando unidos, tanto o deputado quanto o vice-governador ganham maior musculatura para discutir projetos políticos e administrativos com a governadora Fátima Bezerra e outros atores da política estadual.
Em resumo, por aqui, a federação entre PSDB e MDB, que naufragou no plano nacional, já está consolidada na prática e assim seguirá pelos próximos anos e calendários eleitorais.