A vice-presidente da OAB/RN, Rossana Fonseca, confirmou nesta semana que vai seguir caminho distinto do presidente Aldo Medeiros, na sucessão da entidade, em novembro. A declaração da advogada, dada em visita ao jornal Tribuna do Norte, é o primeiro gesto concreto dado na sucessão da instituição que representa a advocacia no Rio Grande do Norte. Rossana é apontada como futura candidata à presidência da Seccional Regional da Ordem.
O rompimento político entre os dois principais dirigentes da OAB potiguar acirra a disputa para o próximo pleito. Em contatos com potenciais aliados, a atual vice-presidente considera que a gestão Aldo Medeiros não avançou em compromissos assumidos ao se eleger, há quase três anos. Dentre eles, a estruturação das comissões temáticas, o fortalecimento da Escola Superior de Advocacia (ESA) e a transparência das ações do órgão.
Rossana Fonseca não está sozinha nessa avaliação. Um grupo cada vez mais numeroso de advogados entendem que a mudança na condução administrativa da OAB/RN é necessária. Nomes expressivos como os ex-presidentes da seccional, como Paulo Eduardo Teixeira e Sérgio Freire, integram a corrente que apoiou, decepcionou-se com Aldo Medeiros e hoje é contrária à reeleição do atual presidente, sendo favorável a uma candidatura de Rossana para sucedê-lo.
Na visita à Tribuna, a vice-presidente admitiu a possibilidade de ser candidata, mas ponderou que não faz disso uma pretensão pessoal. O propósito central, diz ela nas reuniões de que tem participado com advogados que a apoiam, é construir conjuntamente com parte significativa dos seus colegas profissionais um projeto que agregue e seja verdadeiramente representativo da advocacia do Rio Grande do Norte.
Além disso, Rossana Fonseca encarna o simbolismo da mulher advogada por espaços efetivos na instituição. Nunca uma advogada foi eleita para presidir a Ordem no Rio Grande do Norte. Há um entendimento crescente de que é preciso saldar essa dívida histórica da instituição e de que Rossana é uma forte opção para encampar esse projeto.
Há três semanas, ela ressaltou essa questão, em solenidade para entrega da medalha Wandecy Veras. Durante o evento, Rossana fez uma defesa veemente por maior representatividade da mulher advogada na sociedade e na própria entidade, cobrando “mais espaços de decisão, principalmente os espaços políticos, que vão determinar posteriormente quem irá lutar e decidir pela nossa advocacia. Não queremos pacotes prontos, queremos participar dos atos decisórios”.
Com a perda confirmada do apoio de Rossana, o presidente da OAB/RN, Aldo Medeiros, vê aumentar o grau de dificuldade para seu plano de reeleição. Não somente por passar a ter uma adversária que está se articulando para montar um grupo eleitoralmente robusto. Ao mesmo tempo, ele se depara com uma dissidência que é cada vez mais numerosa e convencida de que a OAB/RN tem que seguir sem seu comando.