Há 11 anos que o sistema de transporte público de Natal, opera sem regras estabelecidas pelo órgão gestor, sobretudo, por parte da Prefeitura do Natal. Vários gestores que estiveram como chefe do poder executivo municipal nos anos anteriores, prometeram a realização de uma licitação para resolver esses percalços no transporte, mas nos últimos anos, nada foi concretizado, inclusive, com duas tentativas fracassadas.
A crise no setor de transporte em Natal já vem se arrastando ao longo dos anos e com a pandemia, se tornou caótica. O fato é que as empresas de ônibus precisam receber suas obrigações por parte da prefeitura como também, o órgão municipal, precisa assumir suas responsabilidades na gestão do transporte; cada um tendo seus direitos e deveres como rege qualquer tipo de contrato.
O que não é mais aceitável é o poder executivo municipal continuar sem se posicionar, sendo omisso aos problemas no transporte público de Natal, e permanecer sem apresentar uma atualização da Planilha Tarifária às empresas permissionárias, o que as impedem de investirem na renovação da frota e na manutenção dos seus veículos, pelo fato da atual tarifa ser insuficiente para isso. Sem atualizar a planilha com os gastos e nem os reajustes sofridos com os combustíveis ao longo dos anos, nunca chegaremos a um equilíbrio financeiro desejado, e muito menos, ofereceremos um serviço de qualidade aos nossos clientes.
Nos últimos 10 anos a frota envelheceu, e 30% dos passageiros pagantes migraram para outros meios de transporte por insatisfação; o que só agrava a cada dia a situação financeira vivida pelas empresas de ônibus. Como conseguir manter um serviço de qualidade, atendendo satisfatoriamente aos nossos clientes, sem o poder público municipal cumprir com suas obrigações legais? Se continuarem omissos à crise, querendo que as empresas apenas sobrevivam, não avançaremos em nada e o problema continuará longe de ser resolvido.
A crise é nacional, mas pelo menos em algumas cidades do país, as autoridades já destinaram receitas públicas para socorrerem as empresas de suas cidades, evitando assim, o colapso dos seus serviços. Em Natal não pode ser diferente, é preciso medidas urgentes que garantam que o setor não pare e se mantenha. Conclamamos, por fim, as autoridades competentes que olhem para o transporte público e enxerguem o quanto esse serviço é essencial e indispensável para dezenas de milhares de natalenses diariamente.
SETURN