O presidente Lula deu na sexta-feira passada seu primeiro rasante pelo Rio Grande do Norte, no atual mandato. Não trouxe grandes novidades para os potiguares. Ao menos, nada de prático, além da confirmação de que seu governo dará tratamento prioritário para a obra que visitou na tarde da sexta: o Ramal Apodi do projeto de integração do rio São Francisco.
Não houve inauguração de nada, nem sequer o anúncio de uma ação ou meta governamental mais concreta.
Esta passagem mais recente de Lula pelo Estado, aliás, durou menos de duas horas, entre o desembarque vindo do Ceará, onde também cumpriu agenda na sexta, e a volta para Brasília.
Ficou a impressão de que o presidente veio ao RN cumprir apenas dois objetivos: aproveitar a agenda no Estado vizinho do Ceará para fazer um afago à aliada potiguar Fátima Bezerra e fortalecer a associação da sua imagem com o projeto da Transposição do São Francisco
A mega-obra hídrica que une as águas do Velho Chico ao Rio Grande do Norte e a outros estados nordestinos tem etapas realizadas por diversos governos. Inclusive as gestões anteriores do próprio Lula, mas também pelo governo de Jair Bolsonaro, que em fevereiro do ano passado veio ao Estado inaugurar o ramal que chega ao Seridó potiguar, em Jardim de Piranhas.
Ou seja, como pano de fundo, há uma disputa política em torno de quem é o “pai” da transposição.
Agora, Lula se vê de novo com a oportunidade de tentar faturar um pouco do projeto para a sua imagem. Sem nada de novo, nem de concreto para apresentar aos potiguares no roteiro da sexta passada, Lula ao menos botou mais um “carimbo” seu na obra. Faz parte do jogo político.
Para os potiguares, porém, o que interessa no final é que a obra seja concluída até 2025, como o presidente garantiu que fará.