Em nota divulgada nesta segunda-feira (10), a presidente licenciada da Caixa de Assistência dos Advogados no RN (CAARN), Monalissa Dantas, se manifestou publicamente pela primeira vez sobre o episódio envolvendo a sua saída da presidência da entidade. Na oportunidade, ela defendeu a sua gestão a frente da CAARN, falou que seu trabalho passou a incomodar setores da advocacia, disse que foi ameaçada, intimidada e negou uma candidatura a presidência da OAB/RN.
Ela se mostrou favorável a apuração e esclarecimento dos fatos, criticou a postura da direção da OAB/RN em relação ao caso e reforçou que é apenas uma advogada em busca de justiça, ciente de que sem deturpações, as já feitas ou as futuras, a verdade permitirá a total compreensão dos fatos.
Confira a nota na integra:
A quem puder me dar voz:
Na OAB, vivi dias de realizações, mas também os mais difíceis da minha vida. A verdade é que estes ainda persistem.
Preciso dizer, antes de avançar com esta nota, que nunca estive e que não estou em campanha à Presidência da OAB. Não represento, portanto, um obstáculo para interesses ocultos. O que quero é tão somente o estabelecimento da verdade e a retomada da minha existência pessoal e profissional.
Na Presidência da CAARN, exerci uma gestão produtiva, marcada pela diversidade de ações e projetos para os advogados. A Caixa de Assistência cresceu, realizou eventos, ganhou prestígio nos seus 70 anos, além de destaque nacional. Com a pandemia, a agenda intensa deu lugar a mais de 15.000 atendimentos e até mesmo a concessão de auxílios financeiros.
A CAARN foi solidária e cedeu toda a estrutura de drive thru para que a Prefeitura de Natal realizasse a vacinação contra a Covid-19, o que permitiu a imunização de todos os envolvidos no processo, conforme autorizado pelo Ministério da Saúde.
A minha entrega foi de um trabalho reconhecido nacionalmente, que chegou a receber voto de louvor da OAB Nacional e do CONCAD, e cujas contas relativas a 2019 foram inclusive aprovadas pelo Conselho da OAB-RN.
Esse trabalho, porém, incomodou e passou a ser visto como uma ameaça. Sofri pressão, fui intimidada, o que posso provar logo que me for dada a chance. Mas eu não parei, como não fiz antes, em outras ocasiões nas quais as condições de jovem e mulher me colocaram em situação similar.
Então a solução encontrada foi a distorção de fatos, a exposição de recortes para confirmar inverdades, o “vazamento” de informações oficiosas. Com o único propósito de exercer sobre mim um verdadeiro massacre moral.
Até aqui não tive oportunidade de defesa, nada formal me foi apresentado e o que sei é o que circula em grupos de WhatsApp. Foi minha a sugestão do afastamento, para demonstrar o quanto sou a favor da apuração. Porém, tudo acontece em absoluto sigilo e sem a indicação de fato concreto, com a emissão de nota de esclarecimento divergente do que consta na portaria que instalou a sindicância, em manifestada antecipação de julgamento.
Entendo que a OAB defende de forma intransigente as tentativas de incriminar a advocacia, já que isso é uma forma de coação ao direito de defesa, e que as garantias constitucionais de ampla defesa e do contraditório sejam respeitadas. Porém, isso não está acontecendo comigo.
Mais que um esclarecimento, esta nota traz em si um pedido de defesa. Para que eu possa descontruir falácias. E repito que elas não são necessárias, pois não me ocorre hoje a intenção de disputar a Presidência da OAB. Sou apenas uma advogada em busca de justiça, ciente de que sem deturpações, as já feitas ou as futuras, a verdade permitirá a total compreensão dos fatos.
Monalissa Dantas