O Portal HD faz a seguir uma análise sobre as chances de cada um dos seis candidatos a integrar a lista tríplice que será estabelecida na votação de hoje à tarde (15 horas) pelos membros do Tribunal Regional do Trabalho – 21ª Região (TRT21).
Os nomes seguem a ordem de votação na lista sêxtupla definida na eleição coordenada pela OAB/RN junto aos advogados potiguares, em julho passado.
Marcelo Barros
Primeiro colocado dentre os seis postulantes da lista da OAB, o advogado Marcelo Barros chega à eleição no TRT21 com credenciais fortes. A começar do primeiro lugar obtido no processo organizado pela OAB/RN, mas não só. Ele conquistou uma votação expressiva, tendo sido o único a ultrapassar a marca dos 1.000 votos (teve 1.356 no total) e pela diferença imposta ao segundo colocado, de 498 votos — quase 50% do que este amealhou.
A formação e a experiência profissionais são outros pontos que fortalecem o nome de Marcelo Barros para a possibilidade de integrar a lista tríplice a ser composta nesta quinta. Com atuação de quase 20 anos no Direito e com Processo do Trabalho, Marcelo Barros ainda conta com uma sólida carreira acadêmica. Elementos que lhe dão respaldo técnico para assumir a função buscada no TRT21. Resta a parte política, pela qual trabalhou nas últimas semanas.
Eduardo Rocha
O advogado Eduardo Rocha, segundo colocado na lista sêxtupla formada pela Seccional Potiguar da Ordem dos Advogados, tem a seu favor uma ótima e duradoura relação com a Justiça Trabalhista. Uma relação que herdou do pai, o desembargador decano José Rocha, primeiro presidente da Corte Trabalhista potiguar.
Também experiente na atuação do Direito trabalhista, Eduardo Rocha tem outro fator importante a favorecer seu nome: bom trânsito junto a lideranças políticas do Rio Grande do Norte. Embora por si só não lhe dê garantias totais no pleno do Tribunal, o trânsito no meio político-partidário confere influência suficiente, no mínimo, para ser considerado bem cotado. A junção das suas relações políticas com a ligação familiar a José Rocha o tornam um nome forte na votação do pleno trabalhista.
Marisa Almeida
Posicionada em terceiro lugar dentre os seis candidatos dos advogados, Marisa Almeida apresenta alguns pontos favoráveis à sua postulação. Além de sua própria trajetória profissional no ramo trabalhista do Direito, o fato de ser mulher pode contribuir. É corrente no meio jurídico potiguar a tese de que haverá uma mulher na lista tríplice que o TRT21 vai definir hoje à tarde.
Outra tese a circular nos bastidores do Tribunal dá conta de que Marisa Almeida contaria com a simpatia do atual presidente do Tribunal, Bento Herculano, angariando assim um apoio importante no círculo interno da corte. Os dois foram casados e mantêm relação da amizade. Evidentemente, não há nenhum tipo de declaração pública de nenhum dos envolvidos no processo sobre essa teoria. O assunto está restrito a conversas reservadas.
Augusto Maranhão
Nome que desponta nos últimos tempos entre os líderes da advocacia potiguar, Augusto Maranhão Filho foi o quarto mais votado pelos advogados para compor os seis nomes que serão apreciados pelos desembargadores trabalhistas. Sua capacidade de articulação é apontada como elemento que pode impulsionar seu nome, assim como o levou a esta fase da disputa pela cadeira que está vaga desde o início do ano, após o falecimento do desembargador Júnior Rêgo.
O fator idade divide opiniões sobre Augusto Maranhão. Há observadores do meio jurídico que apontam a juventude como favorável ao advogado, por lhe dar condições de trazer ideias renovadoras ao Tribunal. Por outro lado, há os que dizem que a idade atrapalha, já que garantiria a ele presença por quase três décadas na corte, uma longevidade que costuma ser vista com reticência nos gabinetes de nenhum tribunal. Entrando ou não na lista tríplice, é senso comum que Augusto Maranhão Filho sai do processo do Quinto Constitucional maior que entrou.
Lúcia Jales
O perfil da advogada Lúcia Jales é semelhante ao de Marisa Almeida. Ambas chegam à sessão desta quinta bem amparadas em suas atuações profissionais, na familiaridade com o Direito Trabalhista e de transitarem com naturalidade em setores diversos da área jurídica. Além do fato de serem as representantes femininas na disputa.
Quinto lugar na eleição direta da OAB, Lúcia Jales já assumiu algumas posições de liderança na advocacia, tendo presidido a comissão potiguar da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ/RN) e sendo a presidente atual da Comissão de Elaboração do Código de Ética da entidade em âmbito nacional, assim como diretora fiscal da Academia de Letras Jurídicas do RN (Alejurn).
Eduardo Gurgel
Sexto colocado na lista definida na eleição direta dos advogados, Eduardo Gurgel passou à etapa do Quinto Constitucional em posição fragilizada em relação a adversários, segundo apontam observadores da área jurídica. Com pouco acesso aos desembargadores, adotou como estratégia inicial a busca de apoio político fora do TRT para se aproximar dos integrantes do Tribunal.
As informações são de que a tática aumentou suas chances e ele chega à votação desta quinta-feira na Corte Trabalhista como nome a ser considerado no tabuleiro do Quinto Constitucional. Os que militam no Direito potiguar e acompanham o processo de escolha afirmam que as possibilidades de Eduardo Gurgel serão maiores se ele for incluído na lista tríplice que será encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro, pelas relações que possui com lideranças do PSL no RN.
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