Todas as operações de Petróleo localizadas em território potiguar foram colocadas à venda pela Petrobras. O anuncio foi feito pela companhia na noite desta segunda-feira (24) e prevê a comercialização da Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, com capacidade instalada de refino de 39.600 bpd, além e 26 áreas de exploração, sendo 23 em campos terrestres e três em alto mar. Ainda não há um quantitativo de quanto a estatal petrolífera deve arrecadar com a iniciativa.
De acordo com a companhia, Essa operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.
O RN já foi o principal produtor de petróleo em terra do país, mas há alguns anos deixou esse posto e a Petrobras vem realizando seguidas ações de desinvestimento no Estado. Mesmo assim, segundo a empresa as operações são atrativas. A produção média do Polo Potiguar de janeiro a junho de 2020 foi de aproximadamente 23 mil barris de óleo por dia (bpd) e 124 mil m³/dia de gás natural.
O Polo Potiguar compreende três subpolos (Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana), totalizando 26 concessões de produção, 23 terrestres e 3 marítimas, localizadas no Rio Grande do Norte, além de incluir acesso à infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural. As concessões do subpolo Ubarana estão localizadas em águas rasas, entre 10 e 22 km da costa do município de Guamaré-RN. As demais concessões dos subpolos Canto do Amaro e Alto do Rodrigues são terrestres.
A governadora Fátima Bezerra reagiu com indignação nas redes sociais, criticou a decisão, prometeu providências e conclamou a união da classe política potiguar para evitar a saída da Petrobras do Estado.
“Recebi com perplexidade e indignação a notícia de que a Petrobras está sendo literalmente desmontada no Rio Grande do Norte com o anúncio agora à noite de que a empresa vai abandonar o estado, uma vez que colocará à venda todos os seus ativos. A sua saída do Rio Grande do Norte não é um fato qualquer de maneira nenhuma, dado o que ela representa para o nosso Estado. O Governo não foi sequer comunicado. Mas, adianto, na condição de governadora convocarei uma reunião de urgência com a nossa bancada federal e solicitarei uma audiência junto à diretoria da empresa. O Governo Federal não tem o direito de deixar a Petrobras sair do Rio Grande do Norte dessa forma. Isso é inaceitável. Nós lutaremos e resistiremos”.