Deu Getúlio Batista na cabeça!
Desde a última sexta-feira, o presidente do PTB no RN, o mesmo partido de Roberto Jefferson, é o superintendente do DNIT no Estado.
Prevaleceu a indicação do vice-governador Walter Alves, presidente do MDB potiguar e padrinho do novo superintendente, diante da resistência do PT (ou de parte dele) contra a indicação do antes seguidor do bolsonarismo.
A bronca dos petistas se dá pelas postagens agressivas que Getúlio Batista fazia com frequência nas redes sociais contra o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. Sobre Lula, “ladrão” era o termo mais suave lançado por Getúlio.
Desde que entrou na alça de mira para ser o nome de Walter Alves para o DNIT, porém, tudo mudou. Getúlio Batista fez questão, até, de apagar o passado de opositor feroz a Lula. Literalmente, deletou todas as postagens que fez contra o maior líder do PT em todos os tempos.
Os petistas, porém, não esqueceram das postagens de Getúlio. Assim como não esquecem do passado recente de Ivan Júnior, nome que o União Brasil tenta emplacar no comando estadual da Codevasf. Ivan Júnior foi candidato a vice-governador ano passado, na chapa oposicionista encabeçada por Fábio Dantas.
Nesta condição, Ivan Júnior emitiu posicionamentos contrários ao PT. Nada, porém, com a virulência com que Getúlio Batista se expressou.
Apesar disso, Getúlio está nomeado e Ivan Júnior, não.
É até bem provável que o nome do União Brasil seja rejeitado, tendo em vista a grande demora em ver sua nomeação efetivada.
Algumas lideranças petistas já se posicionaram de público sobre o assunto. Chamou a atenção principalmente o secretário-chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves, que, em entrevistas, defendeu a nomeação de Getúlio Batista no DNIT ao mesmo tempo em que repeliu a de Ivan Júnior na Codesvaf.
Mais que a incoerência entre a defesa de um que atacou bastante as imagens de Lula e do PT e a rejeição de outro também oposicionista, Raimundinho chamou a atenção por expor o seu posicionamento e por ser, ao mesmo tempo, o braço-direito da governadora Fátima Bezerra.
E mais: em nenhum momento, Raimundinho foi desautorizado pelo que disse.
Ou seja, o secretário-chefe do Gabinete de Fátima mandou o recado.
Diante de tudo isto, fica a convicção no meio político de que o PT potiguar usa de dois pesos e duas medidas no tratamento a antigos opositores que, de bolsonaristas convictos, viraram candidatos a defender Lula em seu governo.
A participação do vice-governador Walter Alves no processo, claro, teve peso maior para garantir a nomeação do seu apadrinhado e antes ferrenho opositor do PT.
Fica mesmo para o PT a incumbência de explicar qual o critério adotado para, entre dois ex-bolsonaristas, defender um e atacar o outro.