Texto: Marcos Alexandre
Depois de obter a autorização da direção potiguar do MDB, o deputado estadual Hermano Morais agora recorre à Justiça Eleitoral para poder se desligar da sigla sem correr os riscos de ser enquadrado por infidelidade partidária e de perder o mandato na Assembleia Legislativa. O parlamentar ingressou nesta quinta-feira (18) com uma ação de desfiliação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Na peça, assinada pelo advogado Kennedy Diógenes, Hermano alega que as notícias veiculadas sobre o MDB na mídia, “principalmente no âmbito nacional”, o levaram a não mais se identificar com os princípios do partido.
Hermano também destaca na ação ao TRE que a sua desfiliação está se dando de forma amigável. Para comprovar isso, anexou ao processo exatamente o ofício em que o presidente estadual da legenda, Garibaldi Filho, declara a concordância com a desfiliação. O deputado ressalta que não há “animosidade” entre ele e os dirigentes do partido, mas sim “incompatibilidade de ideais” e “projetos políticos dissonantes”.
Ainda na defesa de sua tese para obter a liberação da Justiça Eleitoral ao seu desligamento do MDB, Hermano Morais cita jurisprudências em casos semelhantes estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelo próprio TRE potiguar. Uma delas, a ação em que o TRE liberou no mês passado a desfiliação do também deputado estadual Ubaldo Fernandes do PTC.
A saída de Hermano Morais é encarada no meio político como um passo dado em direção a uma candidatura a prefeito de Natal no ano que vem. Mesmo que continuasse no MDB, ficaria difícil ele ser candidato pela legenda, já que o partido tem o prefeito Álvaro Dias como candidato natural à reeleição. As especulações são de que o PDT do ex-prefeito Carlos Eduardo seria a principal opção de Hermano. Por enquanto, ela não confirma essas notícias. Diz que pensará no seu destino partidário com calma a partir de agora. Falta a última etapa: o sinal verde da Justiça Eleitoral.