Em um desdobramento da operação “Dama de Espadas”, a Justiça do Rio Grande do Norte decretou a indisponibilidade de bens do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (AL/RN), Ricardo Motta. Além dele, a decisão do juiz Bruno Montenegro Ribeiro Dantas, titular da 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal, alcançou o ex-gerente do banco Santander Oswaldo Ananias Pereira Junior e sua filha Bruna Torres Pereira. O montante bloqueado foi de R$ 372.020,57 (trezentos e setenta e dois mil e vinte reais e cinquenta e sete centavos).
De acordo com os autos, em relato feito por Rita das Mercês, então Procuradora da Assembleia Legislativa, a nomeação de Bruna Torres Pereira para exercer o cargo de assessora parlamentar com remuneração mensal de R$ 10.481,18 (dez mil, quatrocentos e oitenta e um reais e dezoito centavos) foi realizada por solicitação feita do seu pai, Oswaldo Ananias Pereira Junior, o qual desempenhava a função de gerente do banco Santander localizado no interior da sede da Assembleia Legislativa, como forma de contrapartida ao auxílio prestado em esquema de corrupção que visava o desvio de recursos públicos, mediante facilitação na resolução de procedimentos bancários, os quais possibilitaram saques dos cheques salário sem a presença do beneficiário registrado no título.
O Ministério Público acrescentou ainda que as evidências reunidas, no curso da investigação e na instrução de processos penais, demonstraram que o comando desse esquema criminoso era exercido pelo demandado Ricardo José Meirelles da Motta, na condição de Presidente da Assembleia Legislativa, por ocasião da prática dos fatos.