As medidas de isolamento social adotadas para conter o avanço da pandemia da Covid-19 atingiram a economia do Rio Grande do Norte em cheio. Apesar disso, o horizonte a curto e médio prazo é promissor, na visão do consultor econômico Matheus Diniz. Ele projeta uma recuperação até certo ponto rápida para o setor produtivo potiguar, sobretudo na área de serviços.
“A economia do Rio Grande do Norte é baseada muito no setor dos serviços e a política de isolamento gerou uma demanda reprimida. A partir do momento em que as atividades forem retornando, como já estão, o consumo voltará a registrar incremento”, aposta Diniz.
Por outro lado, o turismo, outro pilar da economia potiguar, é apontado pelo consultor como um segmento que ainda vai sofrer, e necessitar de um forte apoio governamental. A chave para o resgate da cadeia turística no Estado passa, na avaliação de Matheus Diniz, pela concessão adequada de crédito. Ele alerta que a resposta das instituições de crédito no momento não está acompanhando as demandas existentes. “A procura tem sido grande e a liberação de ajuda para empresas tem sido muito demorada. Apesar de estarem se efetivando, é preciso encontrar meios de agilizar a chegada desse dinheiro, da mesma forma como foi feita com o auxílio emergencial”, afirma.
O auxílio emergencial, aliás, é considerado por Matheus Diniz como um fator que contribuiu duplamente com a economia, ao socorrer a parcela da população que perdeu emprego e renda durante a crise sanitária e ao manter um bom volume de dinheiro circulando na cadeia produtiva. Com isso, conclui ele, o auxílio emergencial evitou um colapso ainda maior da economia.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 1.102.658 de potiguares receberam os repasses de R$ 600 reais desde abril, representando uma injeção de mais de R$ 778 milhões na economia do Estado. “A perda de renda poderia ter sido muito mais significativa que a já registrada, mas o auxílio conteve esse patamar, que chegou a algo em torno de 20%. Em termos de subsistência e do ponto de vista de dinâmica econômica, isso é muito representativo”, classifica o consultor.